quinta-feira, janeiro 31, 2008

Lições Bíblicas - 8b

Dois aspectos da Santificação


O aspecto negativo da santificação é aquele em que o cristão deixa de fazer o mal, abandona o pecado, tira de sua vida toda atividade prejudicial e pecaminosa. Os 10 mandamentos deixam bem claro esse aspecto, quando repetem: "não terás, não farás, não usarás, não farás, não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não cobiçarás". Realmente, muita coisa que fazia antes, o cristão não pode mais fazer. Nem por isso ele agora viverá urna vida vazia, insípida, pois a santificação tem o seu lado positivo.

O lado positivo da santificação se constitui de uma série de atividades que antes não existiam na vida do incrédulo, e passam a existir depois da conversão: são as suas atividades no Reino de Deus; de buscar o privilégio de servir a Deus. "Servi a Deus com alegria", diz o Salmo 100. O cristão passa a cumprir com alegria os seus deveres para com Deus. não tem vida vazia e ociosa. Leia Tt 3.14.

Os 10 mandamentos apontam também para esse lado positivo: agora o cristão tem um só Deus e mantém comunhão com Ele, adora a Deus em espírito e não mais com imagens e ídolos (Jo 4.24); usa o nome de Deus de modo digno, correto e respeitoso; trabalha 6 dias por semana com a consciência de que serve a Deus (CI 3.22-24) e dedica 1 dia à santificação e ao descanso; ama, respeita e obedece a seus pais (Cl 3.20 e Ef 6.1); vive e ganha seu dinheiro honestamente (Ef 4.28); defende e preserva a vida do próximo e a sua própria (1Co 6.19); guarda-se puro na vida íntima (Mt 5.8) e usa o sexo de modo correto e puro (1Co 7.2-5) e não de modo impuro (1Co 6.15-16); usa sua língua para falar somente o que é bom (Ef 4.29 e Cl 3.8), e se contenta com aquilo que é legitimamente seu (Fp 4.11, 1 Tm 6.7-8), para não se tornar invejoso.

O cristão se torna um homem de ação, à semelhança de Cristo, e não um pecador reprimido. Ele crê e age; sua ação é positiva e não negativa. Por isso Tiago diz "a fé sem obras é morta" (a fé não-crista, pagã, supersticiosa).

Podemos dizer, por metáfora, que na conversão Deus nos tira da lama; na santificação Deus tira a lama de nós (Ef 5.26, Tt 3.5)

Resumindo:

l. A salvação dada por Deus é completa: Ele nos absolve da culpa dos pecados - 1Jo 2.1-2 (aspecto legal) e também nos santifica para ficarmos livres do pecado -Rm 6.14 (aspecto moral).

2. Quem realiza a santificação de uma pessoa é o Espírito Santo com a participação dela; "operai a vossa salvação... " (Fp 2.12); "santificai-vos" (Is 3.5); "enchei-vos do Espírito Santo" (Ef 5.18) são textos que nos mostram que o cristão é ativo no seu crescimento espiritual e não passivo.

3. Santificação é não só deixar de fazer o mal, mas passar a fazer o bem - Is 1.16-18, Gl 6.9-10, Tg 4.17. Dessa forma o cristão se torna um homem de ação, pois viver servindo é da essência da vida cristã - Mc 10.45; Lc 22.26-27; 10 13.14-15.

A "diaconia" ou serviço cristão é que dá crescimento ao próprio crente e à Igreja, quando todos procuram trabalhar, servir e não ser servidos

4. O cristão serve a Deus, primeiramente pelo culto através do qual O adoramos; em segundo lugar, obedecendo Seus mandamentos e ordens, entre as quais a de amar e servir ao próximo - Mt 5.43-44 e 20.26-27.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Lições Bíblicas - 8a

8a. lição - A SANTIFICAÇÃO E O ESPÍRITO SANTO- Mt 5.48


Em Fil 1.6, diz-nos a Escritura que Deus, que começou em nós “a boa obra (da salvação) a aperfeiçoará” até o nosso encontro com Cristo. Esse aperfeiçoamento é a santificação.

Assim como a criança que nasce precisa crescer, também na vida espiritual aquele que se converte ou nasce de novo precisa crescer espiritualmente; o crescimento ou amadurecimento espiritual é a santificação.

1 Pe 1.3 fala da “santificação do Espírito” (obra do Espírito), isto é, a santificação que é realizada pelo Espírito Santo.

Jo 14.16; 16.7 em diante falam do ministério do Espírito Santo: Ele é Quem nos “convence do pecado, da justiça e do juízo”; Ele nos “guiará em toda a verdade”, além de ser o nosso Consolador.

Rm 8.16 nos diz que o Espírito é Quem dá testemunho junto ao nosso espírito de que somos filhos de Deus, isto é, Ele é Quem nos fala, no íntimo, dando-nos a certeza da salvação e de que somos filhos de Deus. Ele faz isso individualmente, com cada um dos salvos.

No Sl 51.11-12, Davi pede a Deus que não retire dele o Espírito Santo, e ao mesmo tempo Lhe pede que torne a dar-lhe a alegria decorrente da certeza da salvação.

Em todos esses textos as Escrituras estão falando da obra santificadora que o Espírito Santo realiza em nós, aperfeiçoando-nos.

Santo”, “santificar” e “santificação” tem, respectivamente, o significado de separado, separar e separação de alguém, feita por Deus e para Deus. Mas envolve, também, o sentido ético de puro, purificar e purificação: aperfeiçoamento moral.

Hb 12.14 fala da santificação como prova de que alguém tem a salvação, “verá o Senhor”; fala da santificação como necessária para alguém ver o Senhor, e da falta de santificação como indicação segura de alguém que ainda está perdido. Não que a santificaçao seja o meio da salvação, mas que ela é a prova de que alguém está salvo e por isso verá o Senhor.

Em Ef 5.18, Paulo diz: “Enchei-vos do Espírito Santo”; em Js 3.5, diz Deus ao povo: “Santificai-vos”; nesses e em muitos outros textos Deus nos ensina que na santificação nós não somos passivos, mas ativos; nós queremos a santificação e cooperamos com o Espírito Santo nessa obra que Ele realiza em nós. Lutamos contra o pecado para sermos “santos”, para sermos do Senhor e para vivermos uma vida de retidão e santidade, embora não alcancemos já a perfeição. Mas caminhamos em sua direção. Mais uma vez a iniciativa é de Deus, mas nós também agimos.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Lições Bíblicas - 7b

Relação e semelhança entre conversão e arrependimento


Tanto uma como o outro são fatos que se dão envolvendo os três aspectos da personalidade: mente, sentimentos e vontade ou volição.

Na conversão há uma mudança na mente: quando incrédula, a pessoa nada entendia a respeito de Deus, não tinha afinidade intelectual com Deus. “O homem natural não compreende as coisas (as realidades) do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente”, afirma Paulo em 1Co 2.14. Quando ela se converte passa a ter a afinidade necessária e a compreender, cada vez mais, as coisas de Deus.

Antes da conversão a pessoa não tem amor a Deus, ainda que possa ter alguma simpatia por Ele, mas amor não tem. O mesmo acontece com referência ao próximo. Após a conversão a pessoa passa a amar a Deus acima de todos e de tudo (Dt 6.5; Mt 10.37 e 22.37-40). Assim, há também uma mudança radical nos sentimentos da pessoa que se converteu.

A vontade (capacidade volitiva) do “homem natural” é dominada pela natureza pecaminosa; não é dirigida no sentido de aceitar e fazer a vontade de Deus. Sua disposição natural é a de continuar no pecado e não lutar contra sua própria natureza ou inclinação má. Após a conversão a pessoa realmente quer fazer a vontade de Deus, pois agora O compreende, O ama e quer agradá-Lo . Por isso faz o esforço que for necessário para conseguir seu novo objetivo. Leia Hb 12.4; Tg 4.7. Sua vontade também se volta para Deus, ainda que impotente - Rm 7.18-19, mas será o suficiente para não mais ser dominado pelo pecado - Rm 6.14.

No arrependimento, também, a pessoa toda é envolvida. A mente ou inteligência muda: a pessoa enxerga e reconhece seus pecados. Compreende que o que faz é errado. Além disso, mudam também seus sentimentos: o pecado, que antes lhe dava tanta alegria e prazer, agora é motivo de vergonha e tristeza. Agora, diante do reconhecimento do pecado, e da vergonha e tristeza que o pecado lhe traz, o pecador quer abandonar toda prática pecaminosa e usa toda a força de sua vontade no empenho de deixá-la.

Com estes 3 elementos da personalidade despertados, unidos e fortalecidos pelo Espirito Santo, o pecador realmente abandona o pecado, passa a desprezar e odiar os atos que antes amava a ponto de escravizá-lo. “Desperta, tu que dormes, e Cristo te esclarecerá”, é o apelo de Paulo (Ef 5.14). Do mesmo modo como o diabético continua sendo atraído pelo açúcar, mas passa a evitá-Io porque o açúcar significa para ele sofrimento e morte, o pecador convertido continua a ser tentado, mas chega a detestar o pecado.

Lembre-se:uma nova atitude mental, sozinha, não é conversão, nem é arrependimento; só a vergonha pelos atos maus cometidos também não é conversão, nem arrependimento; também o abandono do pecado, apenas por causa das consequências, não significa conversão, nem arrependimento; somente quando existem os 3 fatores é que existem de fato arrependimento e conversão.

Porém, o fato de haver verdadeira conversão e arrependimento não significa que a pessoa passa a ser imediata e automaticamente um cristão perfeito, sem pecado; ainda falta muito para atingir o estado ideal. Este é buscado através do processo de santificação. É o próximo assunto.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Lições Bíblicas - 7a

7a lição – CONVERSÃO E ARREPENDIMENTO

Na conversa com Nicodemos (Jo 3.1-21), Jesus deixou bem claro que sem o “novo nascimento”, ninguém pode entrar no Reino de Deus.

Com vistas à salvação, nada substitui a conversão ou novo nascimento; nem a frequência aos cultos, nem boas obras, nem bom caráter, nem trabalho – que nesse caso se transforma em ativismo. Por Sua graça, Deus nos aceita como somos e não pelo que fazemos.

Não é o novo nascimento físico – por meio de uma reencarnação, se ela existisse, ou qualquer outro meio – mas o novo nascimento espiritual - “O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito, é espírito” Jo 3.6.

É dessa realidade que escreve Paulo em 2Co 5.17: um novo nascimento que torna tudo novo; novo caráter, nova vida. É a realidade chamada CONVERSÃO, referida em outros textos (Jr 31.18-19; Ez 18.30-32; Mt 13.15; Lc 1.17 e muitos outros).

Conversão é mudança de direção, de rumo: o pecador, que está indo em direção errada, corrige-se e passa a andar em direção a Deus.

Conversão é mudança íntima, na mente, nos sentimentos, e na vontade (capacidade volitiva, de escolha e de ação).

Conversão e arrependimento são, também, como dois lados de uma moeda, são inseparáveis. A palavra grega “meta-noia” que se pode traduzir por arrependimento, pode-se também traduzir por conversão. Não há conversão sem arrependimento e vice-versa.

João Batista e Jesus Cristo iniciaram sua pregação com a mesma mensagem: “Arrependei-vos” - Mt 3.1-2; 4.17. Sem arrependimento e conversão não há salvação, pois converter-se é o que Jesus Cristo chamou de "nascer de novo", em Jo 3.5. Converter-se ou nascer de novo é o "estar em Cristo" referido por Paulo em 2Co 5.17.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Lições Bíblicas - 6

6a lição – REGENERAÇÃO


Em 1Pe 1.3 o apóstolo Pedro nos diz que Deus “segundo a Sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança”. Em Tt 3.5 Paulo diz que Deus “segundo a Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo...”.

Regeneração é o ato do Espírito Santo pelo qual Ele gera no escolhido uma “nova criatura”. A mesma pessoa que antes da regeneração, não cria em Jesus Cristo, não queria a vida cristã, nem mudar de vida. Depois de ser dessa forma tocado pelo Espírito Santo, que cria nela uma nova disposição de alma, essa mesma pessoa passa a crer em Cristo, a desejar a salvação, a querer realmente uma nova vida segundo a vontade de Deus

Essa mudança quase misteriosa é que se observa nitidamente em Saulo de Tarso que, a caminho de Damasco, para onde se dirigia cheio de ódio a Cristo e aos cristãos a fim de persegui-los, de repente, ao ouvir a voz de Cristo chamando-o pelo nome, muda completamente: “Senhor, Quem és?” “Que queres que eu faça?” Três dias depois estava sendo batizado e imediatamente começava a servir a Cristo – At 9.4-6, 19-20. E se torna o apóstolo Paulo.

Antes de nascer, uma criança é gerada. Na vida espiritual também é assim: antes de “nascer de novo” ou converter-se, a pessoa é gerada pelo Espírito Santo; e, então, segue-se a conversão. Conversão e regeneração são dois lados da mesma moeda: um não pode existir sem o outro. Regeneração, podemos dizer, é a iniciativa de Deus gerando no ser humano decaído uma nova criatura, e a conversão é a parte que cabe à pessoa, aceitando a operação de Deus nela e respondendo afirmativamente ao chamado de Deus para crer em Cristo e iniciar a nova vida.