quinta-feira, dezembro 18, 2008

Oração - 2e


6. IDÉIAS ERRADAS E PRECONCEBIDAS SOBRE A ORAÇÃO

1. “Nós podemos convencer Deus a fazer o que pedimos." É uma idéia absurda. Quem somos nós para isso? Leia-se Tg 1.17; Ml 3.6.
2. “A oração é um poder que nos foi dado.” Citam Mt 17.20 e 21.21, esquecendo-se de que a vontade de Deus é soberana. A oração não é um poder em si mesma. Todo poder é só de Deus.
3. “Há pessoas poderosas na oração.” E há aqueles enganadores que afirmam ter o poder de orar. Poder só pertence a Deus. Só recebemos quando pedimos o que Ele quer. Uma oração não tem mais valor porque tenha sido feita por um pastor ou por determinada pessoa. Deus atende a oração de alguem que confia nEle e pede de acordo com a vontade dEle.
4. “Se pedirmos com fé. Se muitas pessoas pedirem, tudo o que quisermos será feito”. Pessoas que pensam assim não consideram que pedir com fé é pedir com humildade e submissão a Deus. Deus não é influenciado por nós e por "lobby" algum. É uma imensa heresia afirmar que "A oração é a força que move o braço de Deus".
É um grande erro promover "correntes de oração", pois isso dá a entender que o que pedirmos desse modo certamente será feito. Da mesma maneira é errado promover "plantões de oração". Por acaso precisamos manter Deus acordado ou atento, para proteger e atender Seu povo? Devemos estimular as pessoas à oração, mas não incutir expectativas e conceitos falsos. Basta o que diz o Salmo 37.5 e 7:
"Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e Ele tudo fará. Descansa no Senhor e espera nEle".

terça-feira, dezembro 16, 2008

Edição extra: 58 anos... casados!!!

O casal com Rica, Dani e Taís - três dos quatro netos.

58 anos de vida conjugal – um testemunho e um alerta.


É o que Maria Aparecida e eu completamos hoje, dia 16/12/2008.
“Uma vida inteira!” nos dizem muitos. São poucos o que recebem tal bênção de Deus.
Foi uma vitória tranqüila, sem lutas e lágrimas? Não.
Valeu a pena tanta fidelidade, tanta persistência, tanto altruísmo, tanta renúncia? Sim!
Olhar para o passado e não ter motivo para sentir vergonha, as tentações que foram vencidas com o socorro do Espírito Santo; as deficiências supridas pela providência de Deus; tudo isto acompanhado de santas alegrias e o sentimento de vitórias grandes, consistentes e definitivas, coroam nossas vidas.
Filhos e netos, embora poucos, com famílias bem organizadas em bases cristãs; igrejas e irmãos que juntos – Maria Aparecida e eu – pastoreamos sem fazer concessões de ordem moral e espiritual, vivendo com modéstia e ambos com muito trabalho, esforçando-nos para sermos “imitadores” de Cristo e de Paulo. Tudo isso nos traz consolo e paz, nestes dias de “idade avançada” (78 e 81 anos). Ela, com seqüelas grandes de um AVC (acidente vascular cerebral), há pouco mais de 4 anos; eu, que me tornei “sedentário forçado” para cuidar dela. Dar testemunho de tudo isso, com graças a Deus, é o que tenho procurado fazer nestes “dias maus” (Ef 5.16).


Com tristeza vejo a “Igreja gloriosa” (Ef 5.27) em risco, invadida pelo mundo paganizado. Pregações superficiais, carreirismo mercantilista permeando o ministério – “nuvens sem água, árvores murchas, infrutíferas... (Jd 12 e 13).
Vejo a necessidade de, com urgência, a Igreja cuidar das crianças, dos adolescentes e jovens, alertando os pais quanto à erotização organizada que compromete a família, instituição divina. meninas e jovens tornam-se “prostitutas amadoras” de seus sucessivos namorados; cresce assustadoramente o número de lares desfeitos e de filhos rejeitados desde o ventre materno, à mercê de traficantes e outros malfeitores.
A Igreja precisa com urgência tratar desse assunto com pais e filhos. “Evangelho sem Ética não é Evangelho.”
Essa é a nossa luta, hoje. Que Deus nos sustente e use, conforme a Sua vontade, sábia, santa, perfeita e suprema.


S. J. dos Campos, 13/12/2008
Rubens Pires do Amaral Osorio

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Oração - 2d


5. Os Efeitos da Oração – Tg 5.16

l. Ela é um ato e exercício de obediência a Cristo, que nos mandou e nos ensinou a orar. Mt 6 - "Quando orares..."- v.5 e 6, "vos orareis assim..."- v.9; 1Tm 2.8; Mt 26.42; 2Ts 5.17.

2. É um exercício de fé - Tg 1.5-6: "peça a Deus; peça-a, porém, com fé, não duvidando". Não duvidar de quê? Do poder de Deus para fazer o que Ele quiser, até aquilo que nos parece impossível.

3. É um exercício de humildade, pois oramos reconhecendo nossa dependência e incapacidade para fazer algo por nós mesmos. Jo 15.5 - "...sem Mim nada podeis fazer".

4. É um exercício de submissão à vontade soberana de Deus. Mt 6.10, Mt 26.39 - "seja feita a Tua vontade tanto no Céu como na Terra"; como homem Jesus nos deu o exemplo de submissão ao Pai: "Meu Pai, se e possível, passa de Mim este cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres".

5. A oração nos tranqüiliza – Sl 37.5 e 7; 1Sm 1.11-19. Este é um efeito que se dá em nós mesmos; é subjetivo, mas real e benéfico.

6. É um exercício de solidariedade orar uns pelos outros. Precisamos cultivar esse nobre sentimento - Tg 5.16, Fp 2.4. Não são os outros que precisam de nossas orações, mas nós é que temos necessidade de orar.

7. É confortador saber que há irmãos solidários orando por nós - Fp 1.4; Jo 15.2; 1Co 1.4; Rm 1.9-10; 1Ts 1.2.

8. A oração respondida fortalece ainda mais a nossa fé, além de encher-nos de alegria.

9. A oração em reunião também serve para fortalecimento mútuo; é um efeito psicológico positivo, salutar.

10. O caráter de quem ora é influenciado por Deus.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Oração - 2c

4. “Tudo quanto pedirdes” - Jo 15.16

São grandes e confortadoras as promessas de Deus a Seus filhos. Lamentavelmente, porém, esquecemo-nos de alguns preceitos bíblicos, com prejuízo de nossa melhor compreensão de outros.
É comum esquecer-nos de textos que condicionam nossas petições, e então ficamos com conceitos errados sobre a oração.
As promessas contidas em Jo 15.16 e Mt 21.21-22 devem ser entendidas à luz de Jo 5.14. Este último não contradiz os dois primeiros; completa-os.
Quando Jesus falou aos judeus, falou a homens que conheciam a doutrina da Soberania de Deus. Quando João escreveu sua primeira carta, escreveu-a ao mundo pagão em geral que não tinha a compreensão de Deus como soberano e absoluto. Por isso era necessário que, falando de oração, ele falasse da vontade soberana de Deus. Aos judeus isso era desnecessário, pois eles já a conheciam e reconheciam.
Então, é certo que tudo o que pedirmos a Deus, crendo, o receberemos, na medida em que pedirmos "segundo a Sua vontade".
A compreensão disto é necessária para que nos esvaziemos da pretensão de podermos "reivindicar direitos", "exigir do Espirito Santo", "ordenar" ou conseguir por nossa insistência ou perseverança, que Deus nos atenda nas mínimas coisas que pedimos. A falta desta compreensão torna alguns cristãos arrogantes e presunçosos e um dia eles se decepcionarão, pois não e verdade que eles possam reivindicar, nem determinar, nem exigir alguma coisa de Deus. Podemos e devemos clamar, sim, mas aceitar com sincera humildade e submissão a resposta de Deus, como fez Paulo a respeito de seu "espinho na came" - 2Co 12.7-10. Deus sabe o que convém a nós e ao Seu reino. Por isso é Ele Quem decide o que fará.
Está errado alguém que use a expressão "oração forte", e é falso quem se diga "poderoso na oração", ou ter tal prestígio diante de Deus que, pedindo, certamente acontecerá. Há pessoas que pretendem ter tal poder, através dos quais os outros devem pedir aquilo que, sozinhos, não conseguem. São falsos sacerdotes, falsos profetas e charlatães. Cuidado com eles!
Deus é soberano. Por isso Ele não está sujeito à nossa vontade, nem é por ela influenciado. O contrário é que acontece. Leia-se Is 40.13-14 e Mt 6.8.
Assim, o resultado ou efeito da oração não pode ser o de ensinar a Deus o que Ele deve fazer, ou convence-Lo a fazer algo.
Afinal, quais são os efeitos da oração? (é o que veremos na próxima semana)

quinta-feira, novembro 27, 2008

Oração - 2b

3. Espontaneidade da oração

"Deus é espirito, e importa que os que o adoram, o adorem em espirito e em verdade"- Jo 4.24
A adoração a Deus deve ser espiritual porque Ele é espirito. Nós, porém, não somos apenas espírito; temos uma alma espiritual que habita um corpo material; por isso nossa alma age através do corpo, comunica-se através do corpo e em grande parte depende do corpo, no mundo material em que vivemos.
E então, para orar usamos o cérebro, usamos palavras ditas mentalmente ou pronunciadas em voz alta. A expressão corporal também é uma realidade. Por isso é válida a indagação sobre como deve estar ou como comportar-se o nosso corpo enquanto oramos. Algumas pessoas se preocupam muito em saber se devemos orar de joelhos no chão, prostrados, em pé ou assentados, e se podemos orar até deitados. Fechar os olhos é boa prática para que nosso pensamento não se volte para as coisas que estejamos vendo, mas não existe uma prescrição bíblica que ensine isso. Da mesma forma, o curvar a cabeça não é prescrição bíblica.
Propositalmente as Escrituras não fazem prescrição nenhuma sobre a posição do corpo quando oramos; mas faz referencia a pessoas prostrarem-se diante de Deus (Sl 95.6; 97.7; 99.5); Jesus faz, em parábola, referência a dois homens orando em pé (Lc 18.11 e 13); no Getsemane, Jesus orou ajoelhado (Lc 22.41) mas nunca disse em que posição devemos orar. A Bíblia faz referência a Ezequias, enfermo, virando seu rosto para a parede (estava, então deitado) e orando. Não há uma posição especialmente recomendada. Atitude de alma, sim.
É certo, porém, que sempre devemos ser respeitosos e solenes para falar com Deus. Então, conforme as circunstâncias e nossa própria disposição de espírito, devemos orar como nos parecer mais próprio. Não nos compete criar regras; há liberdade para agirmos. Na grande experiência de Tomé, reconhecendo Jesus como Deus, não registra o Evangelho se ele se prostrou, ajoelhou ou permaneceu como estava, mas registra que ele apenas exclamou: "Senhor meu, e Deus meu!"
Sem dúvida, orar de joelhos é sinal de humildade e reverência, mas realmente não há nas Escrituras alguma ordem a respeito. Não podemos confundir uma preferência ou opinião nossa com uma ordenação bíblica.
Em qualquer lugar e em qualquer circunstância podemos orar, pois sempre estamos na presença de Deus, todos os minutos de cada dia, seja o que for que estejamos fazendo. Mas quando nos dirigimos a Deus em oração deve ser com respeito todo especial, pois falamos com o Todo Poderoso Rei do Universo.
O texto de Ec 5.1-3 nos ensina preciosos preceitos sobre o culto, inclusive sobre o louvor e a oração, quando diz: "não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a Terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras.” O cuidado é para não dizer coisas impensadas ou sem sentido; falar pouco para errar pouco, pois não é pelo muito falar que seremos ouvidos – Mt 6.7. Nem pensemos que é escolhendo palavras bonitas e difíceis, gemendo ou dando alguma entonação especial na voz que seremos melhor sucedidos e atendidos; Deus se agrada é da verdade e nos atenderá em tudo que estiver de acordo com Sua vontade – Jo 5.14.
Por outro lado, uma criança poderá ser tão bem sucedida em sua oração como um adulto. Quando Cristo nos ensina a dirigir-nos a Deus como "Pai", Ele nos ensina que devemos falar-Lhe com a simplicidade e a sinceridade de uma criança diante do pai, sem esquecer-nos de que falamos com o Senhor de toda a Terra.
(na próxima semana: "Tudo o que pedirdes")

quarta-feira, novembro 19, 2008

Oração - 2a


1. Textos básicos sobre a oração - leia esses textos

Mt 6.5-13: instruções de Cristo, e o "Pai Nosso". Mt 21.21-22: "tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis".
1Jo 5.14: "se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve".
Tg 4.3: "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites".
Mt 7.7-11: "Pedi e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á".
Lc 18.1: "...dever de orar sempre, e nunca desfalecer". 2Co 12.7-10: Paulo e o espinho na carne.
Tg 5.13-18: a oração, a união com azeite, os efeitos da oração, o exemplo de Elias.
2. Como deve ser a oração – análise de Mt 6.5-13

v. 5 - Quem ora deve ser sincero e autêntico. O prazer daquele que ora é o de estar falando com Deus, seu Senhor, a Quem ama e quer agradar. Não é para exibir aos outros a sua religiosidade. Os que oram para exibir-se já foram "vistos pelos homens", como queriam; nada tem a receber de Deus.
v. 6 - A oração individual e secreta, esteja onde estiver o crente, de preferência um lugar tranqüilo em que nada perturbe sua comunhão com Deus. Aquele que ora espera legitimamente ser recompensado ou atendido por Deus e certamente o será.
v. 7 - A oração deve ser espontânea, feita com naturalidade, sem a pretensão de pressionar ou impressionar a Deus, seja pelo muito falar, seja pelo repetir muitas vezes a petição, ou por qualquer outro artificio. Deus quer que falemos com Ele como um filho amoroso fala com seu pai, sem pretender comove-Lo, sem chantagem emocional. Os incrédulos ou pagãos é que pretendem de algum modo impor a Deus o seu desejo.
v. 8 - Não podemos seguir esse exemplo, pois Deus sabe qual é a necessidade e certamente, naturalmente, vai nos dar o que mais convém, de acordo com a vontade dEle. Tanto e assim, que Deus nos dá a cada dia bênçãos que nem sequer nos ocorreu pedir ou nos esquecemos de fazê-lo. Se Deus nos desse só o que pedimos, como seria pobre a nossa vida!
v. 9 - Jesus nos ensina coma orar e o que falar com Deus na oração. Cristo diz "Vós orareis assim:..."; está nos ensinando a oração coletiva e, portanto, a oração que fala das necessidades e sentimentos coletivos e não particulares de uma pessoa.
"Pai Nosso" porque Deus é o Pai de todos os que crêem, e na oração coletiva ninguém falará "meu Pai". Esta expressão é para a oração individual, particular, de uma só pessoa e não da comunidade, do grupo dos que crêem.
O que se contém nesta primeira parte da oração é a invocação, não de Alguém ausente, mas onipresente a Quem vamos nos dirigir em oração e queremos que Ele nos ouça e manifeste a Sua presença. "...que estas nos céus" é o reconhecimento de que nós ainda estamos na Terra, no mundo material, em uma categoria inferior de vida, enquanto Deus está no Céu, isto é, onipresente. Mas tendo por habitação o próprio Céu, o mundo espiritual. "Santificado seja o Teu nome" é o reconhecimento da santidade de Deus, representado pelo Seu nome.
v. 10 - "Venha o Teu reino" expressa o desejo de que o reino espiritual venha a nós de tal modo que nós também participemos dele e nele vivamos. "Seja feita a Tua vontade..." é a declaração de que desejamos a realização da vontade de Deus acima da nossa vontade, assim como no Céu ela é feita, sem nenhuma desobediência dos anjos de Deus e dos salvos que lá estão. Esta petição tem tanto um sentido escatológico (a volta de Cristo), como um sentido imediato. A volta de Cristo não deve ser para nós preocupação nenhuma; temos que estar sempre preparados para o retorno do Senhor. Por isso mesmo Cristo não nos disse quando Ele virá. Mas temos que estar interessados sempre no estabelecimento do reino de Deus "em nós". Em Lc 17.21 Jesus Cristo nos diz: "o reino de Deus está dentro em vós", como está na “edição atualizada”; assim está no grego do N. T. Por que andarmos preocupados com a volta de Cristo, se o reino de Deus ainda não está em "nós", permeando toda a nossa personalidade e nossa vida?
v. 11 - "o pão nosso de cada dia nos dá hoje". Aqui pedimos com humildade que Deus nos sustente, pois d'Ele dependemos. Não deve isto, porém, referir-se apenas aos bens materiais, necessários mas temporais, passageiros; esta petição deve incluir os bens espirituais e morais, mais importantes do que os materiais. Não significa que devemos esperar que Deus coloque esses bens milagrosamente dentro de nossas casas, sem que trabalhemos para obtê-los. Deus nos capacita para o trabalho e temos que trabalhar. Também quanto às bênçãos espirituais: cabe-nos usar com diligência os meios de graça através dos quais Ele nos abençoa: oração, leitura e meditação sobre as Escrituras, participação no culto com o povo reunido, participação na Ceia do Senhor, participação nos trabalhos e atividades promovidos ou desenvolvidos pela Igreja, orando especialmente por aqueles que foram incumbidos por Deus para pregar e instruir o povo quanto às Escrituras, quer sejam os pastores ou outros mestres. "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus"; este pão espiritual é mais importante do que os bens materiais.
v. 12 - "E perdoa-nos as nossas dívidas". É o pedido coletivo de perdão pelos pecados da comunidade e de cada um. Nossas dívidas com Deus são pecados mesmo, conforme fica claro no texto de Lc 11.4. Para cobrir essas dívidas, Cristo pagou e nos resgatou com seu próprio sangue - 1Pe 1.18. Isto equivale a pedir a Deus que leve a coletividade e cada pessoa ao reconhecimento das faltas e ao arrependimento pelos pecados, pois ensinam-nos as Escrituras que perdão é dado quando há o arrependimento. Veja-se 2Cr 7.14; Ez 18.21-23, 27, 30-32; Mt 3.2; Mc 1.4-5; Lc 13.5; 17.3-4.
"Assim como perdoamos aos nossos devedores". Aqui está uma afirmação que precisa ser verdadeira e ao mesmo tempo é um compromisso que assumimos com Deus, de perdoar, assim como somos perdoados, sempre mediante o arrependimento, lembrando-nos, também, que Cristo pagou pelos pecados de todos nós.
Do mesmo modo que Deus perdoa o pecador arrependido, como se não mais Se lembrasse de nossos pecados, assim deve ser nosso perdão: passar a tratar o faltoso como se não tivesse cometido a falta. Ver Is 43.25.
v. 13 - "E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal". É o pedido de socorro, feito a Deus, para livrar-nos das tentações. Como Ele permite que sejamos tentados até o ponto que podemos resistir, pedimos-Lhe não permitir que sejamos tentados ao ponto de cairmos mas, ao contrário, que Ele nos impeça de pecar. Apesar disso muitas vezes pecamos porque não resistimos quanto devíamos resistir; pecamos porque deixamos de ter comunhão com Ele e ficamos indefesos. Ele permanece fiel, mas somos infiéis; por isso pecamos. Veja 1Co 10.13; 2Tm 2.13; Tg 4.7; Hb 12.4.
"Porque Teu é o reino, e o poder, e a gloria, para sempre. Amem". A oração termina com este ato de louvor e reconhecimento do Senhor como soberano. "Amem" significa "assim seja"; é a confirmação de que o que dissemos é realmente o que desejamos. Nunca, nas Escrituras, encontramos esta palavra em forma de interrogação, uma pergunta ao povo que nos ouve, esperando resposta positiva; esse uso errado do "amem" é uma das muitas "modas" inventadas que invadem nossas igrejas. Muitos pregadores o usam como artificio para obterem o apoio dos ouvintes ao que estão dizendo. Convém banir das igrejas esse e outros costumes que não tem base bíblica. Esse costume vulgariza o "amem" e por isso é prejudicial.
Desse modo Cristo nos dá ensinos básicos sobre a oração: como orar, como não orar e o que falar na oração: reconhecer a Deus como Senhor do Céu, perfeito e santo; pedir-Lhe a realização de Sua vontade, o domínio de Seu reino sobre nós, o sustento material e espiritual e o perdão, com o compromisso de perdoarmos também; o pedido de socorro diante das tentações para vivermos vida de santidade, e novamente louvar a Deus.
(na próxima semana: a espontaneidade da oração)

quinta-feira, novembro 13, 2008

A pedidos: ORAÇÃO - 1

Oração, em seu sentido mais amplo, é comunhão com Deus. "Orai sem cessar" (1Ts 5.17). Orar é falar com Deus; agora, num momento especial, em que voltamos respeitosamente nosso pensamento só para Deus, falamos com Ele - para confessar nossos pecados, para expor nossas dúvidas, nossos anseios e necessidades. Esse é o sentido estrito de oração.
Isto porque reconhecemos nossas carências e nossa absoluta dependência de Deus; porque reconhecemos Sua soberania e a superioridade infinita de Sua sabedoria sobre a nossa. Por isso Cristo nos ensina a orar: "Seja feita a Tua vontade" (Mt 6.10) e assim orou o próprio Cristo: "não seja como eu quero, mas como Tu queres" (Mt 26.39).
Nossas orações nunca mudarão a vontade de Deus; elas é que precisam amoldar-se à vontade soberana de Deus. Em Rm 8.26 Paulo afirma e confessa: "não sabemos o que havemos de pedir como convém".
Assim, não é a oração de um que vai curar alguém ou resolver algum problema. A oração intercessora deve ser reflexo e fruto de nossa solidariedade e desejo de que aquele por quem oramos receba de Deus as bênçãos de que necessita. Se é isso que desejamos, peçamos a Deus e submetamos nossa vontade à dEle.
Por isso mesmo não podemos dizer que precisamos das orações de alguém ou que alguém precisa de nossas orações. Precisamos, isto sim, da solidariedade dos irmãos, expressa também em suas orações e os irmãos precisam de nosso socorro e de nossa solidariedade, que se expressa também na oração. 1Jo 3.17-18: "Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, coma estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade".
Oração não é um poder mágico, nem é poderosa por si mesma. Assim, não podemos dizer que a oração de 15 minutos "vale" mais do que a de 1 minuto. A oração do "Pai Nosso” nos a fazemos pausadamente em 30 ou 40 segundos (Mt 6.9-13); a "oração de Elias" foi de 25 a 30 segundos (1Re 18.36-37). Ao contrário, Jesus Cristo disse: "Orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de Lho pedirdes.”
Deus responde as nossas orações e por isso Cristo nos ensina a orar e insiste em que oremos (Lc 18.1), e João esclarece em 1Jo 5.14: "Esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve".
Orar com fé (Tg 1.5-6) é nosso dever, orar é o respirar de nossa alma. Mas não cometamos o erro de pensar em oração em termos pagãos de "poder que move o bravo de Deus", de oração que vale porque é longa, ou porque nos comove a nós mesmos e aos que nos ouvem. Nem pensemos que poderemos comover o Senhor.
"Oração é o santo oferecimento de nossos desejos a Deus"; jamais a Escritura ensina que a oração com fé é reivindicar ou exigir de Deus algo que julgamos ser nosso direito. Isso seria arrogância e não humildade. "Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará" (Tg 4.10).

quinta-feira, novembro 06, 2008

Vida Nova -2

5- Tomar cuidado com seu espírito crítico. Precisamos ter espírito crítico, mas não precisamos fazer críticas desnecessariamente; meça sempre as palavras; tenha a preocupação de não ferir, de não melindrar alguém. “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um.” (Cl 4.6) “Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para edificação.” (Ef 4.29) Se você estiver precisando “desabafar”, dizer algo que está “entalado” na sua garganta, procure o pastor ou outro irmão de confiança e desabafe, aconselhe-se, mas não corra o risco de ferir outros com palavras escaldantes.

6- Confie no pastor. Se ele desmerecer a sua confiança, então leve o assunto ao Conselho da Igreja. Todo pastor é ser humano, imperfeito, mas sua função é pregar, ensinar, ajudar a curar almas; para isso estudou. Ajude-o a realizar seu trabalho, dando-lhe crédito e oportunidade para isso. Quando convidado, o pastor se sente mais encorajado para realizar um trabalho difícil, que é o de pastorear e ajudar a resolver problemas.

Enfim, envolva-se na vida da igreja; você é parte dela. Aprofunde sua vida espiritual, de comunhão com Deus, de oração e estudo sério das Escrituras. Superficialidade pode ser fatal. Sinta-se responsável pelo que acontece e aja depois de pedir e receber orientação do Espírito Santo.
Realize “cultos domésticos”. Pelo menos, leia a Bíblia e ore com a família unida, reunida não à força, de má vontade, mas por amor. Se possível, faça-o todos os dias; senão, sempre que puder, mas convém que a família busque o Senhor, unida.

Seja uma bênção entre nós, seus irmãos!

quinta-feira, outubro 30, 2008

Vida Nova - 1

As coisa velhas já passaram, eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). “...esquecendo-me das coisa que atrás ficam,... prossigo para o alvo...” (Fp 3.13-14). Foi o apóstolo Paulo quem escreveu estas palavras.

Quando algo ruim acontece, o mais necessário é saber continuar a vida, de ânimo erguido, confiante, com coragem; não continuar de alguma forma preso ao que passou. Seja uma morte que tenha acontecido, uma grande perda material ou moral, seja o que for, é necessário continuar a vida sem abatimento.

Se isso acontece na Igreja, a atitude tem que ser a mesma.

Já temos visto o que acontece em incêndios. Apagado o fogo, vem o rescaldo: evitar que fique algum foco para não reiniciar o fogo, e ver o que sobrou do incêndio e ainda possa se aproveitar – os “salvados do incêndio”.

Quando tenha ocorrido desentendimentos e ficado mágoas, há várias atitudes individuais e familiares recomendáveis. Vejamos algumas.

1- Procurar reconhecer honestamente onde cada um errou. Por que o incêndio não foi evitado? Permitimos, imprudentemente, algum material inflamável escondido? Isso pode ser fatal – não tomamos atitudes preventivas e, por omissão, permitimos o incêndio. Então é preciso aprender a lição, e cada um eliminar os focos de ressentimento.

2- Tomar medidas preventivas agora para não acontecer novamente. Ficar mais atentos, eliminar desde o começo resíduos inflamáveis – um desentendimento que não tenha sido bem tratado, um fato que não ficou bem esclarecido, uma mágoa guardada. “Panos quentes” não resolvem problemas, é preciso um remédio eficaz para um tumor, às vezes, um bisturi para retirar o tumor, antes que cause sofrimento maior.

3- Curar de fato as feridas. Entre pessoas, isso significa “reaproximação”, restabelecimento de amizades estremecidas. As reuniões e momentos de sociabilidade devem ser aproveitadas para esse fim. Conversar com todos, especialmente com quem já tivemos problemas, sem deixar nunca de cumprimentar todos afetuosamente.

Visite aquele com quem é necessário refazer a amizade. É responsabilidade de cada um. Tome a iniciativa; vá devagar; converse sobre o dia-a-dia, assuntos leves, depois sobre os problemas que enfrentam; leia a Bíblia e ore com a pessoa. Convide-o para a sua casa.

4- Levar a sério a vida na igreja, com os irmãos. Precisamos viver unidos, como irmãos, estudar juntos, adorar a Deus unidos, e não apenas reunidos. Não arranje desculpas para não se encontrar com alguém na igreja. O maior prejudicado é você, e também a Igreja, o corpo do qual faz parte.

Quando você se ausenta, deixa de se alimentar com o convívio salutar da igreja; traz preocupação aos irmãos; fá-los pensar que está fraco (e talvez esteja). Isto é ruim para a igreja. Assuma consigo e com Deus o compromisso de ir à igreja . Há quanto tempo não o faz?

quinta-feira, outubro 23, 2008

"Vós que sois espirituais..."

Vós que Sois Espirituais...” (Gl 6.1)


A Igreja Cristã é, por natureza, uma comunidade de amor. “Deus á amor”; “Quem não ama a seu irmão, a quem vê, como pode amar a Deus, a Quem não vê?” (1Jo 4.20). Igreja sem amor não é Igreja de Cristo.

Não basta dizer ao irmão “eu te amo”. “Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1Jo 3.18).

Amor cristão, amor verdadeiro, expressa-se em mansidão, tolerância (Rm 14.1-6), solidariedade (Rm 13.15; Gl 6.2) e perdão (Cl 3.13). Ao contrário, o amor é negado quando a ira se manifesta e não há compaixão; quando se condena, e a mão se arma para apedrejar; quando não se sente o drama e o sofrimento do outro e não se leva a carga um do outro (Gl 6.2). Negamos amor ao irmão quando nos julgamos melhores e agimos como se o pecado ferisse a nós, e não a Deus primeiramente; quando nos sentimos agredidos e detestamos o agressor.

Constantemente, na Igreja e na família temos oportunidade para provar nosso amor “suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra o outro” (Cl 3.13).

Temos agido assim? Ou nossos melindres são maiores do que nossa capacidade de amar?

O texto citado no título diz: “Irmãos, se alguém chegar a ser surpreendido em alguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão”; e não com irritação e intransigência. Mas encaminhar o tal ao arrependimento e à restauração exige maturidade espiritual; “meninice espiritual” só cria e aumenta os problemas; atitudes são tomadas com “boas intenções”, porém erradas e prejudiciais. Precisamos, todos, crescer espiritualmente e ajudar outros irmãos a alcançarem a maturidade espiritual. Somos responsáveis uns pelos outros.
“Irmãos, não sejais meninos no entendimento... mas adultos...” (1Co 13.20). Então seremos uma comunidade de amor, e Cristo será glorificado.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Estudos para Grupos Familiares - 5

Lição 5 - A descendência de Adão e Eva - Gn. 4, 5 e 6.5

Quantos filhos tiveram Adão e Eva?
R – Gn 5.4.
Sabemos os nomes de todos eles? Quais os nomes que estão registrados nos capítulos 4 e 5 ?
O que é que a Bíblia diz sobre Abel?
R - Gn 4.2-4 e Hb 11.4.
Caim se arrependeu de tão grave pecado?
R - Gn 4.8-9 e 16.
Os descendentes de Caim foram melhores do que ele?
R - Gn 4.19-23.
A humanidade melhorou, ou piorou desde Adão até Noé?
R - Gn 6.1-6
Quem são os “filhos de Deus” e as “filhas dos homens” referidos em 6.2. ?
“Filhos de Deus” e “filhas dos homens” são os mesmos referidos em 1Jo 3.10 e Jo 8.44 ?
R – Sim, nos 3 textos, “filhos dos homens “ e “filhos do diabo” são os incrédulos, e “filhos de Deus” são os que crêem realmente em Deus.
Por que nesses textos nós somos chamados “filhos de Deus”? Filho de Deus não é só Jesus Cristo?
R - Só Jesus Cristo é Filho Eterno de Deus, e é Deus juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Mas pela graça de Deus todos os crentes são filhos de Deus porque são “adotados” como filhos. Ver Jo 1.12; Gl 4.4-7; Rm 8.15-16 e 1Jo 3.1 e 2.
Todos nós somos descentes de Adão e Eva, e nesse sentido biológico somos todos irmãos?
R - Sim! Leia Gn 3.20.
Jesus como homem também era descendente de Adão?
R - Sim. É o que nos mostra a genealogia de Cristo em Lc 3.23; 38. De Adão Ele herdou a condição humana, exceto o pecado, por ser o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo.
Assim é que Jesus Cristo se fez nosso irmão – Mt 28.10. Ele é verdadeiramente homem e Deus – Mt 1.22-23. Demos graças a Deus por isso.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Estudos para grupos familiares - 3

Lição 3 - A criação do ser humano


  1. Repetindo uma pergunta do estudo anterior: O que foi que Deus criou no 6o. dia (vs. 24-28)?

R – Criou gado e répteis, bestas feras (animais silvestres) e o ser humano (vs. 26, 27).

  1. A maneira como Deus criou o ser humano foi a mesma como Ele criou os outros animais?

R - Não, para criar os animais inferiores (gado, répteis e animais silvestres), “Deus disse: produza a terra...” mas para criar o ser humano “Deus disse: 'façamos o homem [ser humano] à nossa imagem, conforme a nossa semelhança'...” (vs. 26 e 27).

  1. Semelhante” é o mesmo que “igual”. Qual a diferença?

R - “Semelhante” não é “igual”; é “parecido”, mas não “igual”.

  1. Em que somos semelhantes a Deus?

R – Somos semelhantes a Deus em 3 aspectos: 1o) somos seres racionais, dotados de inteligência superior, capazes de realizar raciocínio abstrato; 2o) temos uma consciência moral, a capacidade de saber o que é bem e o que é mal, e a capacidade de escolher entre um e outro; e 3o) temos uma “alma espiritual” e não só “alma vivente” como os outros animais. Por isso podemos ter comunhão com Deus, e receber dEle a vida eterna.

  1. Que cuidados especiais Deus teve na criação do ser humano?

R – “Plantou o Senhor Deus um jardim no Éden... e pôs ali o homem que havia formado”; deu-lhe para comer muitas espécies de frutos, inclusive do fruto da “árvore da vida” e preveniu-o para que não comesse de uma única árvore; isto fez Deus para provar a fidelidade do homem. Foi o “pacto da obediência”, no qual o homem veio a falhar completamente. É o assunto para o próximo estudo.

sábado, setembro 27, 2008

Estudos para grupos familiares - 2

Lição 2 . Deus criou o universo - Gn 1 e 2.
O que significa a expressão “os céus e a Terra” ? (v.1)
R – Significa “o universo”. A partir do v. 2 a narrativa bíblica passa a ocupar-se da Terra, o nosso planeta.
Como era a Terra no início?
R. – “sem forma e vazia” e sem luz. Deus criou inicialmente apenas uma imensa quantidade de matéria; uma parte dessa matéria era, inicialmente, “a Terra”.
Qual a primeira coisa que Deus criou em relação à Terra?
R – A luz. (A Ciência ensina que luz é energia luminosa; a matéria também é energia, formada de átomos, constituídos de prótons e elétrons (eletricidade positiva e negativa). Deus fez assim.
Que nome Deus deu à luz?. R – “Dia”.
Que fez Deus no 2o. dia ou 2a. fase da criação da Terra?
R – Deus estabeleceu o espaço que separa a Terra dos demais corpos celestes, o que chamamos de espaço sideral.
Que fez Deus na 3 ª fase da criação da Terra?
R- Separou as águas “de cima” (nuvens) das águas “de baixo” (rios e mares), e separou a parte sólida da parte líquida, aparecendo os mares e os rios. Então Deus criou os primeiros seres vivos, os vegetais.
Que 2 luminares ou astros luminosos são referidos no v. 14?
R- Sol e Lua . Como o texto não diz aqui que Deus os criou nesse dia, entende-se que eles já estavam criados desde o v 1o., e no 4o. dia Deus os colocou em relação à Terra, organizando assim o Sistema Solar como o temos hoje – o Sol no centro e os planetas ao seu redor. Tudo isso Deus fez no 4o. dia.
O que fez Deus no 5o. dia? (vs. 20 a 23).
O que Deus fez no 6o. dia ? Observe os verbos usados nos versículos 3, 6, 11 e 14: haja, haja, produza, haja.
A principal diferença entre o verbo criar (“barah” no Hebraico) e
os demais verbos usados, é que “criar” é dar origem a algo inteiramente novo, sem material pré-existente: o universo, no v. 1, pois antes nada existia, senão Deus; no v. 21, porque até então só existia vida vegetal e agora passa a existir vida animal, superior, dotada de “alma” (“ruah” no Hebraico). É importante sabermos isto para entendermos que o ser humano é um ser inteiramente novo; não é uma evolução de qualquer animal inferior, irracional pré-existente.
O que foi que Deus criou no 6o. dia ? (vs. 24 a 27).
Que semelhança há entre o homem e Deus. O ser humano é racional, moral e espiritual, como Deus.
12. Deus criou o homem e a mulher ao mesmo tempo. R- Não, a criação do varão está no v. 7 do cap. 2, e a criação da mulher está em 2.22.
A linguagem do v. 22 é figurada, ou literal. R- é literal, pois não é algo absurdo, impossível. Foi assim mesmo que Deus fez.
14. O que significa a expressão de 2.22: “e trouxe-a a Adão”. Significa que Deus tornou Adão e Eva marido e mulher. Deus instituiu, nesse momento, o casamento: 1 homem e 1 mulher, casamento monogâmico, pois esse era o Seu plano, como está em 2.18. Esse é o casamento que Deus instituiu: monogâmico, de 1 só homem e 1 só mulher.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Estudos para grupos familiares - 1

Lição 1: O que podemos saber sobre Deus: Rm 1.18-20

Começaremos com as 3 perguntas e respostas do Breve Catecismo.

  1. O que é Deus?

R - Deus é espírito, é infinito, eterno e imutável em Seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade. (Jo 4.24; Sl 90.2; Ml 3.6; Sl 139.1-16; Sl 100.5; Rm 11.36).

  1. Há mais de um Deus?

R - Há um só Deus, vivo e verdadeiro (Dt 6.4; Je 10.10; Is 43.11, 44.6 e 8).

  1. Quantas pessoas há na divindade?

R - Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estas três pessoas são um Deus, da mesma substância, iguais em poder e em glória (Mt 3.16, l7; Mt 28.19; 2Co 13.13).

Existem maneiras erradas de pensar sobre Deus:

  • o ateísmo, ou materialismo – nega a existência de Deus, afirma que só existe a matéria e nega a existência do espírito.

  • o deísmo – afirma a existência de Deus, mas nega a possibilidade de relacionar-nos com Deus e termos comunhão com Ele. Deus teria criado o mundo e o teria abandonado; então é inútil alguém ser religioso.

  • o panteísmo – afirma que “Deus é tudo e tudo é Deus”.

  • o agnosticismo – não nega a existência de Deus, mas diz que nada se pode conhecer de Deus, por isso também afirma ser inútil ser religioso.

  • o teísmo é a crença em Deus tal como Ele é revelado pelas Escrituras. Esta é a nossa posição como crentes.

  1. Por que cremos em Deus?

R- Hb 11.1-4, 17, 24; Ef 2.8. Cremos unicamente pela fé que Deus mesmo nos dá. Se não crermos em Deus não teremos nenhuma explicação satisfatória para a existência do universo, para o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, nem uma razão suficiente para nossa própria vida.

  1. Como podemos saber algumas verdades sobre Deus?

R - Hb 1.1; Ex 3.6; 2Pe 1.21. Deus veio ao nosso encontro, para que creiamos nEle, e para sabermos o que Ele quer de nós. Temos que ser gratos a Deus porque Ele vem ao nosso encontro, Ele nos dá a fé, e nos convida à salvação, à vida eterna – Jo 3.15-16 e 36.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Atendendo pedido

O pastor Giovani escreveu pedindo que meu pai contasse um pouco sobre si. Como o texto tem informações que podem ser de interesse dos demais leitores deste blog, reproduzo abaixo o teor da resposta para que todos os que não o conhecem, possam saber um pouco mais sobre o pastor Rubens Osorio, meu pai e autor de todos os estudos aqui publicados.
Rubens Pires Osório, filho do pastor Rubens e administrador deste blog.

Pastor Giovani,

Gostei de você se apresentar como Pastor Giovani. Sempre estranho quando um colega se apresenta como “Rev.” Fulano. “Pastor” é mais honroso, bíblico; “Reverendo” é mais formal, mais eclesiástico.

Pode parecer estranho, mas a esta altura tenho gostado de falar e escrever, não do que sou e do que eu tenho feito, mas de “o que Deus tem feito” por mim.

Creio que estou na média dos pastores, mas “Deus tem feito grandes coisas por nós” (Sl 126.3).

Sou crente e presbiteriano desde menino; nunca deixei a Igreja, professei a fé ao 16 anos, já ativo na UMP e na Escola Dominical. Aos 18 anos fui claramente chamado por Deus para o ministério. Tive bons pastores que só me deram bons exemplos. Estudei no Seminário Presbiteriano do Sul - em Campinas - e trabalhava 4 a 5 horas por dia no Centro de Saúde de Campinas, pois já estava noivo e pretendia casar-me logo; realmente casei-me no final do 2º ano teológico. Terminei o curso em 1952, fui licenciado em 1953 e ordenado em 1954. Parece que fui bom aluno no Seminário.

Pastoreei cerca de 17 igrejas, em 52 anos. Em minha 1ª Igreja estive 8 anos, mas nesse período pastoreei também outras. Em outras igrejas fiquei de 1 a 14 anos. Foi uma grande experiência pastorear igrejas recém-organizadas ou antigas, e de diferentes portes.

Outra grande experiência foi a de ser missionário da Junta Missionária de meu presbitério na Grande São Paulo, por 6 anos, na década de 60. A J. M. iniciou pelo menos 6 Congregações, adquiriu 7 terrenos, onde hoje há 7 Igrejas.

Dediquei-me também a serviço social da Igreja. Em Carapicuiba, com uma creche e outros serviços: O CEPHAS – Centro Presbiteriano Humanitário de Ação Social – e uma Congregação no mesmo local, onde estive por 17 anos, enquanto pastoreava também outras igrejas.

Outra experiência notável e gratificante foi a de ser professor do Curso Intensivo de Teologia, em Campinas, pelo qual passaram 216 pessoas maduras, na maioria homens que se tornaram pastores e várias senhoras, inclusive esposas de pastores.

Outra preciosa experiência foi a de ser Capelão Evangélico da União dos Escoteiros do Brasil, na Região de S.Paulo e chefe de escoteiros e lobinhos por cerca de 8 anos, e depois usando o método do Escotismo no trabalho com crianças e adolescentes de diversas igrejas em que estive, promovendo acampamentos e acantonamentos com o método do Escotismo. Até hoje julgo que esse método – com reuniões semanais e acampamentos em barracas - devia ser adotado por nossas igrejas, usando a mesma Lei, a mesma Promessa e a literatura do Escotismo.

Também fui professor da rede estadual de ensino, por 11 anos, num tempo em que o Presbitério não tinha recursos para sustentar os pastores. Dei aulas de Educação Moral e Cívica (uma boa oportunidade que tive para atuar como pastor), História e Psicologia.

Em 2/11/2004 minha esposa, então com 74 anos, sofreu um extenso derrame cerebral. Precisei, então, passar a cuidar dela com tempo integral. Desde então, saí de S. Paulo e prego e dou aulas na Escola Dominical de quando em quando, como também tenho feito alguns casamentos. Escrevo quanto posso e ponho à disposição de irmãos e igrejas os escritos, inclusive algumas apostilas sobre diversos assuntos.

Estou casado com Maria Aparecida há 58 anos; sou hoje pastor exclusivo dela, e ambos esperamos na providência de Deus, tendo “o desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”.

Foi uma prazer corresponder-me com você.

Seu irmão em Cristo, Rubens Pires do Amaral Osório, 10/8/08

quarta-feira, setembro 03, 2008

"Salvai-vos desta geração perversa" - 3

3. Mas, o sermão de Pedro deu resultados – v. 37: “compungiram-se em seus corações. E perguntaram a Pedro... que faremos, varões irmãos? E disse-lhes Pedro: ‘Arrependei-vos, e a cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós e a vossos filhos, e a todos que estão longe, a todos quantos Deus nosso Senhor chamar’. E os exortava dizendo: Salvai-vos desta geração perversa”.

Arrependimento, segundo as Escrituras, envolve toda a pessoa: a mente, os sentimentos e a vontade. Intelectualmente reconhecendo a sua falta; quanto aos sentimentos, sentindo tristeza e vergonha pelo que fez de mau ou pela negligência em deixar de fazer o bem, e quanto à vontade, mudando de atitude, abandonando o pecado, passando a fazer o bem que Deus quer. Isso é arrependimento! É o mesmo que Paulo ensinou em 2Co 5.17: “Se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo”.

Depois da conversão, ou novo nascimento, uma nova vida se inicia, com o crescimento espiritual que é a santificação operada pelo Espírito Santo. Em Fp 2.13-15 Paulo fala dessa completa transformação. Com ele mesmo foi assim. Fariseu zeloso, rejeitava Cristo, perseguia ferozmente os cristãos; ouviu a pregação de Estevão antes de Estevão ser apedrejado com o consentimento dele. Dirigia-se, mais tarde, a Damasco para prender cristãos, quando Cristo falou com ele. Converteu-se! Três dias depois estava sendo batizado, ali mesmo começou a pregar o Evangelho e passou de perseguidor a perseguido; tornou-se o grande apóstolo Paulo.

Conheci pessoalmente Narciso Lemos. Foi cangaceiro do bando de Lampião. Em sua vida de crimes matou pelo menos 14 pessoas! Após a morte de Lampião veio para Santos e continuou sua vida de crime. Um dia se encontrou casualmente com um ex-companheiro de cangaço e convidou-o a cometer assaltos juntos, mas o amigo lhe contou que agora era crente em Cristo; sentiu ódio. O amigo o convidou para ir à sua Igreja naquela noite. Ele aceitou o convite e planejou matar o ex-companheiro no caminho, em Vicente de Carvalho, entre Santos e Guarujá. Chegou à Igreja, ouviu o sermão, converteu-se! Tornou-se colportor (vendedor de Bíblias e livros evangélicos). Por onde ia dava seu testemunho. Sua vida é contada no livro “Por que deixei a indústria do crime”, escrito pelo pastor batista Erodice de Queiroz.

Conclusão: Creio que é o caso de cada um de nós reexaminar a sua vida. Você já se converteu? Como está a sua comunhão com Deus? Você ora, lê a Bíblia? Sempre, ou de vez em quando? Como está sua participação na Igreja de Cristo, você é freqüentador da Igreja, ou é participante? Como está sua vida particular? Como está sua família, você está realmente cuidando dela, evangelizando os filhos, protegendo-os? Que lugar Cristo tem em sua vida? Você é cristocêntrico, ou egocêntrico? Você “faz média” com o mundo, ou reage como um bom cristão? Cristo adverte no Sermão do Monte: Mt 7.21-27: “nem todo o que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em Teu nome? e em Teu nome não expulsamos demônios? e em Teu nome não fizemos muitas maravilhas?’ E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniqüidade”.

Arrependei-vos... salvai-vos desta geração perversa. Amém.

sexta-feira, agosto 29, 2008

"Salvai-vos desta geração perversa" - 2

2. Voltemos às palavras de Pedro: “Salvai-vos desta geração perversa”. O máximo da perversão foi rejeitar a Cristo e pedir a Sua crucificação. Mas todo tipo de pecado existia entre o povo naqueles dias. Citemos alguns: o pecado íntimo da hipocrisia; Cristo denunciou-o quando repreendeu “escribas e fariseus hipócritas”, líderes religiosos, meros profissionais que tinham o coração longe de Deus; o pecado da avareza e amor ao dinheiro; prostituição, adultério, indiferença diante das necessidades do próximo e negando-lhe o socorro, e tantos outros tipos de pecado.

Todos estes existem abundantemente na sociedade de hoje, além de formas novas de pecar: pedofilia, que está se tornando moda, prática comum, contrabando, crime organizado, utilizando todos os recursos da moderna tecnologia, tráfico de drogas, desenfreada corrupção de políticos e até de juízes. E o pior: o mundo quer tornar tudo isso normal, aceitável, e quer impô-lo até às Igrejas; por exemplo, considerar crime de discriminação o repúdio ao homossexualismo e lesbianismo mencionados e condenados em Rm 1; prostitutas e prostitutos agora são chamados “trabalhadores do sexo”, com direito a aposentadoria! A tudo isso soma-se o descrédito e desprestígio da família instituída por Deus, quando se substitui o casamento pelo concubinato irresponsável, quando se tolera e quer se impor a união legal de homossexuais e lésbicas com direito de adotar filhos! Os deuses deste século são: Eros e Afrodite (do amor sensual), Mamon (da riqueza) e Marte (da guerra e violência).

E qual é o resultado de tudo isso? Um mundo cada vez mais injusto e violento, riquezas imensas acumuladas, de um lado, e miséria de outro lado; terrorismo internacional, crianças abandonadas desde recém-nascidas até a adolescência; prisões abarrotadas sem nenhum trabalho eficiente para reeducar e recuperar os condenados, enquanto que aqueles que roubaram muito permanecem impunes. Até o nosso planeta Terra está ameaçado de destruição pela maldade e imprevidência do homem. Nos meus 81 anos de existência nunca vi tanta decadência moral, com a televisão e a mídia em geral a serviço da imoralidade, apresentando como bom e natural aquilo que é aberração e pecado!

Mas o pior de tudo é o mundo invadindo a Igreja! Digo isso com convicção e muita tristeza, embora isso não seja novidade. Nas sete cartas de Cristo às Igrejas, no Apocalipse, só duas não receberam reprimendas do Senhor; as demais foram repreendidas por deixarem o primeiro amor a Deus e aos irmãos, infidelidade doutrinária com a conseqüente fraqueza moral, tolerância com a prostituição, morte e frieza espiritual, mornidão espiritual, falta de zelo com as coisas de Deus.

Pois tudo isso está acontecendo na Igreja hoje: igrejas deixando a evangelização e o ensino correto para se transformarem em “clubes religiosos”, mercenarismo em lugar de exercício sério dos ministérios dados por Deus; pastores profissionais e ambiciosos, presbíteros que pensam ser “donos da igreja”, diáconos que não exercem o ministério da caridade cristã e se transformam em simples “porteiros da igreja”; crentes “igrejeiros” freqüentadores da Igreja mas que não são “sal da Terra e luz do mundo”, porque não vivem em comunhão com Deus, sob a direção dEle.

quinta-feira, agosto 21, 2008

"Salvai-vos desta geração perversa" - 1

SALVAI-VOS DESTA GERAÇÃO PERVERSA” - Atos 2.14-41

Exórdio – Esta é a peroração do sermão de Pedro a uma multidão. Logo após o “batismo com o Espírito Santo” prometido por Cristo (At 1.8), ocasião em que cerca de 120 pessoas foram cheias do Espírito Santo, começaram a falar em “outras línguas”, sendo ouvidas por mais de 3.000 pessoas de diversas procedências (cerca de 14 nações e diferentes idiomas) o assunto não foi outro senão a mensagem evangélica, de salvação mediante o sacrifício de Cristo e a fé nEle.

Muitos não entenderam o que se passava e atribuíram à embriaguez o fato de ouvirem os galileus falando outras línguas que eles não entendiam. Então Pedro, sempre afoito, tomou a palavra e explicou o que se passava (At.2.28-29) – era o cumprimento da promessa feita por Deus por meio do profeta Joel (2.28-29), promessa repetida por meio de João Batista (Mt 3.11) e pelo próprio Cristo (At 1.4, 5 e 8).

Pedro, então, recordou os fatos acontecidos há pouco mais de 50 dias: condenação, crucificação e ressurreição de Cristo. Muitos creram na palavra de Pedro, que encerrou seu discurso com a exortação “Salvai-vos desta geração perversa”.

Realizada por Deus a missão de Cristo, cabia à humanidade, aos que cressem, libertarem-se da incredulidade e dos maus costumes da sociedade humana pervertida. Acreditar – uma atitude apenas mental – mas continuar na mesma vida de pecados, não salvaria ninguém. “Salvar-se” era e é a mudança completa, a conversão: passar da incredulidade cega para a crença esclarecida e inteligente em Deus e Seu Filho, Cristo; é mudança radical de estilo de vida – de vida dominada pelo pecado, para a vida em busca constante de santidade e retidão.

Essa mensagem de Pedro é de atualidade impressionante para os nossos dias.

Vamos analisá-la.

Tema – “Salvai-vos desta geração perversa”.

1) As palavras “salvai-vos” são um alerta para quem está perdido mas poderá salvar-se. Segundo as Escrituras, Deus criou o ser humano “à Sua imagem e semelhança”, portanto capaz de ser plenamente correto, sem defeito, mas livre, inclusive para tornar-se mau. Diz Eclesiastes 7.29: “Deus fez o homem bom, mas eles buscaram para si muitas invenções”.

O pecado, que começou com Adão e Eva, progrediu de tal maneira que o ser humano se tornou inteiramente corrompido – Gn 6.5: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra,e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”. Desse modo estaria perdido para sempre a menos que reagisse e obedecesse a Deus como fez Noé com sua família; o destino dos demais foi a destruição pelo dilúvio. Outro exemplo da perdição em que esteve o povo foi a destruição de Sodoma e Gomorra – Gênesis, capítulos 18 e 19.

Mas em Sodoma Deus providenciou a salvação de um justo com sua família, Ló, sobrinho de Abraão.

Abraão foi habitar em Canaã, onde estavam os cananeus, povo mau em todos os sentidos, que deveria ser destruído completamente nos dias de Josué.

A salvação, porém, oferecida de graça por Deus, continuou a ser oferecida para quem quisesse recebê-la pela fé, como foi com Abraão – Gn 15.6: “Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como justiça” e Rm 4.3-5: “Que diz a Escritura? ‘Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como justiça’. Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”. É absolutamente necessário não nos deixarmos influenciar e contaminar pelo mundo. Rm 12.2: “Não vos conformeis com este mundo”, isto é, não tomeis a forma “deste mundo”.

quarta-feira, agosto 13, 2008

"A raiz de todos os males...

... é o amor ao dinheiro”, diz o apóstolo Paulo em 1Tm 6.6-10. Até parece que Paulo está exagerando, no uso de uma hipérbole. Mas, se analisarmos mais profundamente o assunto, verificaremos que ele está falando em termos bem realístas.

Sim, porque “dinheiro” não é apenas moeda, mas representa tudo que o dinheiro pode comprar: satisfação de caprichos, prazeres carnais, dominação, posse de bens sem limites, satisfação da vaidade, etc. Na busca de tais coisas o dinheiro é imprescindível; então amar essas coisas é amar o dinheiro, que pode comprá-las.

Em todo o texto citado não está o apóstolo fazendo apologia da pobreza, nem dizendo que é errado e pecaminoso ser rico. Grandes servos de Deus no passado e no presente têm sido homens riquíssimos. Abraão foi rico; Jó foi e voltou a ser depois de suas provações, mais rico ainda; Davi foi rico e Salomão mais ainda. Paulo viveu tanto em pobreza como em abundância – Fp 4.11-13.

O problema está no fato de alguém colocar seu coração nas riquezas. “Se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração”, diz o Salmo 62.10; “Não ajunteis tesouros na Terra... porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”, ensinou Cristo – Mt 6.19-21.

O que se observa no mundo confirma o ensino de Paulo; até pessoas inteligentes, possuidoras de boas qualidades morais, acabam se corrompendo quando passam a amar o dinheiro e a tudo o que o dinheiro pode proporcionar. Acostumam-se com um nível de vida alto, fora da realidade da maioria das pessoas a seu redor, e até dentro de nossas igrejas isso acontece.

A corrupção, que no Brasil se tornou a má cultura, generalizada e dominante, é um triste exemplo disso: pela ambição desmedida de uma minoria muito rica, a maioria vive na pobreza; a péssima distribuição de renda, a exploração do homem pelo homem; a pressa de enriquecer que leva muitos a usarem métodos inescrupulosos – lucro exorbitante, sonegação de impostos, contrabando, estelionato, peculato, etc. Pessoas pobres que não se conformam com a pobreza, nem esperam melhorar com a bênção de Deus, corrompem-se também. Mulheres se entregam à prostituição, homens e mulheres praticam toda espécie de delitos para conseguirem dinheiro e com o dinheiro conseguirem o que ambicionam. Políticos, para galgarem postos e poder, precisam de muito dinheiro e lançam mão de métodos escusos, ou usam postos e poder já conquistados para obterem mais dinheiro sem limites. Jovens pobres, que não tenham o temor de Deus e melhor formação moral, não podem conformar-se com a fome e a miséria, especialmente quando vêem outros com imensos recursos, esbanjando tudo o que está fazendo falta ao pobre; sucumbem diante do convite para optarem pelo roubo, furto, contrabando, tráfico de drogas, prostituição, etc.

Aqueles que fazem parte do povo de Deus estão imunes às tentações atrás citadas? Não! Até aquele que é realmente convertido pode cair em toda espécie de pecado, se descuidar-se de sua santificação e da resistência ao diabo (1Pe 5.8). Seja ele quem for dentro da Igreja, pastor inclusive. Ou decidimos pôr em prática em nossa vida o ensino de Paulo: “Tendo, porém, o sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (1Tm 6.8), ou corremos o risco da decadência espiritual e moral, e é quase certo que isso acontecerá. Infelizmente isso tem ocorrido até com pastores.

Meu irmão, minha irmã, seja diligente: estude, trabalhe, planeje sob a orientação de Deus que nos ensina como ganhar e como administrar o dinheiro que nos é necessário; progrida em tudo, conforme a vontade de Deus, inclusive profissional e materialmente, mas “não ponhais nas riquezas o coração”.

Se você se tornar rico pela bênção de Deus e não pela usura, nem pela ambição, nem pela astúcia, lembre-se de que essa riqueza também é de Deus, e você é apenas o mordomo. Administre-a e use-a honestamente e para a glória de Deus. Você estará ajuntando tesouros no Céu – Mt 6.19.

quarta-feira, agosto 06, 2008

Lições Bíblicas - 15

Governo eclesiástico: A Igreja Presbiteriana

Seu nome decorre do fato de ser governada por presbíteros. Estes são referidos em muitos textos do N.T., por exemplo Tt 1.5, onde Paulo "ordena" a Tito que estabeleça presbíteros nas cidades da ilha de Creta. Em Ef. 3 ele mesmo fala sobre as qualidades morais e espirituais que alguém precisa ter para ser presbítero.

A palavra presbítero é da língua grega e passou para o português da mesma forma que é no grego; significa e é traduzida, algumas vezes, por "ancião". Isso mostra que o sistema de governo da Igreja do N.T. segue o modelo do governo do povo de Israel desde o tempo de Moisés, quando este, a conselho de Jetro, seu sogro, e por ordem de Deus, estabeleceu 70 anciãos sobre o povo para governarem juntamente com e1e, liderados por ele - Ex 18.21 e Nm 11.16-17. No l° concílio da Igreja, referido em Atos 15, estavam presentes, participando, também os "anciãos" - 15.2 e 6. "Presbitério" também é referido em 1Tm 4.14, como o concílio que ordenou Timóteo tornando-o um pastor.

Na Igreja Presbiteriana local o conjunto dos presbíteros forma um concílio chamado Conselho da Igreja, do qual faz parte o pastor, que também é presbítero.

Em âmbito regional existe o Presbitério, constituído de um presbítero de cada uma das igrejas locais e seus pastores. Vários presbitérios vem a constituir um Sínodo, que é um concílio superior aos presbitérios, e os sínodos vem a constituir o concílio superior a todos os outros, que é chamado, às vezes, Supremo Concílio, como é hoje na Igreja Presbiteriana do Brasil, ou Assembléia Geral, como já o foi.

Resumindo: o governo na Igreja Presbiteriana é um governo democrático-representativo, pois os presbíteros são eleitos pelas igrejas e as governam em nome do povo que os elegeu. O Conselho da Igreja, assim, exerce jurisdição ou autoridade sobre a igreja local. O Presbitério é formado por representantes dos Conselhos das Igrejas e seus pastores, e exerce o governo ou jurisdição sobre os Conselhos e Igrejas de uma região; o Sínodo governa e jurisdiciona os presbitérios, o Supremo Concílio governa toda a Igreja nacional com seus concílios inferiores.

Este é o tipo de governo presbiteriano, democrático-representativo, que tem servido de modelo para os governos republicanos, como Brasil e Estados Unidos.

Há 2 outros tipos de governo de Igreja: o Episcopal, em que um bispo tem autoridade sobre os pastores e igrejas de uma região, e o governo Congregacional, em que a Assembléia de uma igreja local governa a comunidade e decide todos os assuntos, tanto administrativos como doutrinários e espirituais. Nas igrejas que adotam esse tipo de governo não há concílios superiores; cada Igreja é autônoma, havendo Convenções de igrejas, que não tem autoridade de jurisdição sobre as igrejas locais.

Comparando os três tipos de governo podemos dizer: o mais democrático dos três é o congregacional em que o povo se governa, reunido em assembléia da igreja local; o menos democrático é o episcopal, no qual um bispo decide, inclusive sobre a nomeação dos pastores para as diferentes igrejas. Existem vantagens e desvantagens em cada um desses tipos de governo. O sistema episcopal se centraliza em uma pessoa, o bispo. O sistema congregacional coloca todos os problemas, inclusive doutrinários e disciplinares, em Assembléia constituída, inclusive, de crentes novos, imaturos, o que cria problemas sérios e constrangedores. O sistema presbiteriano é um meio-termo entre os dois: é democrático-representativo, isto é, os eleitos governam em nome do povo que os elegeu e devem sempre lembrar-se disto: eles recebem um mandato e devem sempre corresponder à confiança dos eleitores, para governarem bem, para o bem da comunidade. Depois de instruídos é que assumirão seus encargos.

Existe base bíblica para cada um destes tipos de governo eclesiástico, mas o maior número de textos sobre o assunto é o que caracteriza o governo presbiteriano que, como os outros dois, também apresenta vantagens e desvantagens: é mais burocrático, mas é o governo de um colegiado que deve ser especialmente preparado para suas funções. A burocracia não deve emperrar um governo, mas apenas garantir que tudo se fa com ordem.

Nós, presbiterianos, escolhemos nosso tipo de governo e assim também os episcopais e os congregacionais. O mais importante é isto: ''Faça-se tudo com decência e com ordem" (1Co 14.40) para que em cada igreja e em cada denominação o nome do Senhor de toda a Igreja, Jesus Cristo, esteja sendo realmente glorificado. Amém.

quarta-feira, julho 30, 2008

Lições Bíblicas - 14b

A Igreja


Outro passo importante no discipulado: apresentar a Igreja ao novo discípulo, como a Bíblia diz que ela é, com suas virtudes e suas falhas.

a. A Igreja é uma comunidade de amor - Jo 15.9-13, 17; 1Jo 4.19-21; Jo 11.32-36; 2Co 12.15. Da realidade deste aspecto da Igreja depende a realização dos demais. É importante que o evangelizando encontre novos amigos na Igreja, pois ele certamente vai perder antigos amigos, dos quais não será mais companheiro, embora continue sendo amigo deles.

b. A Igreja é uma família, a família de Cristo- Ef 3.14-15, Mc 3.31-35. Por isso é que os cristãos são referidos em Atos como "os irmãos" (15.3 e 23); na Igreja primitiva "tinham tudo em comum" - At 2.44. Precisamos levar a sério o fato de sermos irmãos; os cristãos de Jerusalém levaram isso até as últimas consequências - At 4.32.

c. A Igreja é um corpo - como um organismo vivo, os membros estão intimamente relacionados uns com os outros, precisando cooperar mutuamente em tudo - 1Co 12.13-27. Para isso a Igreja deve estruturar-se convenientemente.

d. A Igreja é uma comunidade terapêutica. Todos nós somos pessoas carentes; uns mais, outros menos, mas todos somos carentes. Este é um ponto que tem sido pouco tratado entre nós. Por essa razão vamos nos alongar um pouco.

Nossas carências podem ser espirituais, morais, emocionais, físicas, financeiras, etc. Todos queremos ser acolhidos com nossas carências e assim ternos de nos acolher uns aos outros, por mais custoso que isto seja. Paulo recomenda: "...suportando-vos (apoiando-vos) uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros..." - Cl 3.12-14 e Tg 5.16: "Confessai ... orai uns pelos outros".

As carências emocionais e os problemas do passado e do presente tornam uma pessoa até mesmo psicologicamente enferma. Pois, psicólogo ou não, por amor e com a sabedoria e bom senso dados pelo Espírito Santo, precisamos ajudar-nos até quando os problemas chegam a afetar a saúde emocional e psíquica de alguém. Lembremo-nos de que existem doenças físicas resultantes de problemas emocionais. Ajudando na cura destes, estaremos ajudando na cura até de enfermidades físicas de origem emocional. Toda cura vem de Deus - Sl 103.3.

A Igreja é como um grande hospital onde os doentes somos nós, que nos ajudamos mutuamente, e onde o médico de todos é Cristo.

Quantas pessoas existem com problemas sérios de rejeição, culpa, ódio, depressões, desânimo e tristeza; são estados doentios da alma; muitas dessas pessoas são curadas quando encontram na Igreja aceitação (Mc 3.34-35; Rm 14.1; Gl 6.1), quando compreendem que, arrependidas, seus pecados são perdoados; por isso elas também tem condições de amar e perdoar; tornam-se otimistas por causa da fé e da esperança e ganham a alegria da salvação . A correta participação na Ceia do Senhor, a confissão de nossas culpas, não só a Deus, mas - quando necessário - também a uma outra pessoa, que pode ser o pastor ou outro irmão em quem deposite confiança, são grandes passos para a cura de nossos males.

e) A Igreja, corpo de Cristo, é formada de pessoas defeituosas como nós. Sempre foi assim, desde os tempos do A.T. A Bíblia não esconde os defeitos de Abrão, de Davi e de nenhum dos santos do Senhor. Na Igreja primitiva, nos tempos apostólicos, tivemos os casos de Ananias e Safira, Demas que "amou o presente século" e tantos outros, e assim é até hoje. O corpo é imperfeito, mas a Cabeça, Cristo, é perfeita e é a Ele que servimos quando servimos o próximo e a Igreja.

É em Cristo, e nEle SÓ, que tem de estar firmada a nossa fé. Com Ele nunca nos decepcionaremos.

"Ele mesmo deu uns para apóstolos e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura de Cristo... cresçamos em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo." - Ef 4.11-15.

Esforce-se, cresça; e a Igreja estará crescendo com você

quarta-feira, julho 23, 2008

Lições Bíblicas - 14a

EVANGELIZAÇÃO E DISCIPULADO

Leia: Mc 16.15-16; Mt 28.16-20; At 1.8; 2Tm 2.24-26.

Depois de um bom trabalho de evangelização, se o Senhor acrescentou à Sua Igreja os que Ele escolheu e deu ao Senhor Jesus, com alegria a Igreja recebe novos irmãos que precisam de cuidados especiais. Deve seguir-se o que se tem chamado de Discipulado. Que é isso?

Discipulado é o trabalho a ser realizado com os crentes novos no sentido de adestrá-los para a nova vida, bem corno ajudá-los em seu amadurecimento espiritual e na adaptação ao novo meio social e familiar, a Igreja.

Esse trabalho pode ser feito na Igreja por uma classe específica, ou por pessoas preparadas para esse tipo de ministério, ou cada crente espontaneamente se encarrega de "discipular" um novo irmão, discípulo de Cristo. Discipular significa ensinar e também disciplinar.

Dividamos o assunto.

1°) O que são "discípulos" no Novo Testamento? Em dezenas de textos encontramos referências de Jesus e de outros, aos que O seguiam ou haveriam de segui-Lo. Pela simples leitura desses textos aprendemos muito sobre o relacionamento entre o Mestre e os discípulos.

Leia Mt 5.1; 8.21; 9.19 e 37; 10.24-25; 12.1; 15.2; 16.24; 18.1; 19.10; 20.17; 23.1; 24.1; 26.1-2; 26.18, 26, 36, 40 e 56; 27.57-58; 28.7, 16; Lc 14.26-27, e 33; 19.37; Jo 6.66; 8.31; 13.35; 15.8 e muito outros.

A palavra grega traduzida por "discípulo", transliterada, é "mathetés" por exemplo em Mt 5.1, onde está no plural. Em Mt 28.19, "fazei discípulos" usa-se o verbo "mathetéuo”.

Em português a palavra discípulo é relacionada com disciplina, que tanto significa uma matéria que se ensina como também a observância ou obediência a regras estabelecidas de comportamento.

Discípulo é mais do que aluno; é aquele que, além de aprender com o mestre, segue a sua orientação reconhecida como autorizada. Assim, mestre é mais do que professor; este ensina, mesmo não fazendo seguidores; mas o mestre ensina com tal sabedoria e autoridade, que é respeitado e seguido pelos discípulos.

Ser cristão é ser discípulo de Cristo no sentido acima.

2°) Como fazer discípulos de Cristo? Há muito líderes, hoje, fazendo discípulos deles mesmos. Estão errados; se são cristãos, devem se-los de Cristo. Ninguém tem de ser, em matéria de fé, discípulo do pastor da Igreja,ou de qualquer outra pessoa, mas unicamente de Cristo.

3°) Como discipular é agora a nossa questão. Depois de evangelizar precisamos consolidar o ensino já recebido pelo novo irmão, sobre a correta doutrina de Cristo:

a) ''Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido" - Lc 19.10. Toda pessoa, antes de receber a Cristo, está perdida. É preciso crer nEle para ter a salvação. "Quem crê nEle não é condenado; mas quem não crê já está condenado..." "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece" (Jo 3.18 e 36).

b) Todo aque1e que está realmente salvo, vive uma nova vida e põe em prática a Ética cristã com base nos mandamentos: 1Jo 2.3-6 e Jo 15.8-12 e no Sermão da Montanha - Mt 5 a 7.

c) O salvo tem o Espírito Santo (At 2.38 e 1Co 12.13) e é por isso que ele pode compreender o ensino e a vontade de Deus (Jo 16.13).

d) Todo salvo se torna um servidor de Cristo - Mt 20.1; Lc 10.2 - e um "pescador de homens" - Mc 1.17.

e) A salvação é global,completa. Cristo salva o homem todo - corpo e alma; salva-o da condenação e do poder do pecado. O Evangelho tem um objetivo individual - atingindo e salvando "cada um" e não uma coletividade - At 2.38; tem um objetivo ético e moral, pois com a salvação espiritual vem a "santidade de vida", solução ou a superação dos demais problemas; sendo ético e moral, o objetivo é também social, pois ensina a sociedade a ser justa e nós, como "sal da terra e luz do mundo" temos de permear e santificar o mundo, a sociedade humana, ainda que ela permaneça incrédula e perdida - Mt 5.16; Fp 2.15; Mc 5.18-19; 1Co 7.14 (na família).

quarta-feira, julho 16, 2008

Lições Bíblicas - 13e

Erros que se cometem a respeito da oração


São muitos, infelizmente:

1°) pensar que vale mais a oração de muitas pessoas do que a de uma só. "A oração de um justo...", diz Tiago (5.16);

2°) pensar que vale mais a oração de 1 hora do que a oração de 1 minuto. Não é pelo muito fa1ar que seremos ouvidos (Mt 6.7); leia a oração de Elias em 1Re 18.36-37 e conte os segundos que foram necessários para Elias fazê-la;

3°) pensar que vale mais a oração feita de madrugada do que a que é feita em qua1quer outra hora. Que base bíblica existe para se pensar assim?;

4°) promover "corrente de oração" imaginando que oração assim feita terá mais força diante de Deus;

5°) promover "plantão de oração" como se esse fosse um meio seguro para sermos atendidos. Essas práticas são como os modernos "lobbies" que muitas pessoas fazem em torno de governantes e políticos para os pressionarem e reivindicarem algo que desejam.

6°) É errado e muito comum, dizer-se que alguém “precisa de nossas orações". Não! Nós é precisamos orar e ser solidários com tal pessoa em sua necessidade; Deus está atento às necessidades dessa pessoa!;

7°) supor que alguma posição do corpo tornará oração mais eficaz, como orar ajoelhado, ou de olhos fechados, ou prostrado, ou de mãos erguidas;

8°) pensar que a oração feita em alta voz será ouvida por Deus (Deus não é surdo);

9°) pensar que ''vigília'' feita por um ou por muitos irmãos, uma noite inteira, certamente moverá Deus e O convencerá a atender-nos. Nada disso tem base bíblica! Não existe "oração forte ou poderosa", nem "pessoa poderosa na oração"; tudo isso é crença e prática pagã.

Porventura temos nós "direitos adquiridos" para reivindicá-los ou exigi-los de Deus? Embora não exista base bíblica real, segura, para tais disparates, há muitas pessoas no meio evangélico ensinando-os, inclusive insinuando-se como sendo elas as pessoas que podem conseguir tudo de Deus. Muitas vezes são charlatães e não só pessoas incultas e mal instruídas. Usam até a oração para promoção pessoal, e exploração!

Certamente uma pessoa pode orar sozinha ou com um grupo de mil pessoas, se quiser; pode orar quanto tempo quiser, a qualquer hora do dia ou da noite; pode convocar a igreja ou o povo para orar; pode orar ajoelhada ou prostrada com a cabeça tocando o chão, ou com as mãos erguidas, mas não deve pensar que isso se tomará em um clamor irresistível, eficiente e agradável a Deus; ela pode gritar (se estiver sozinha), chorar ou emocionar-se profundamente, mas não deve pensar que por isso Deus a atenderá. Devemos ser autênticos na oração. Deus nos dá liberdade para falarmos individualmente ou coletivamente com Ele, mas não nos autoriza a pensar que poderemos mudar a Sua vontade. Leia-se Ml 3.6 e Tg 1.17.

Práticas erradas, de inspiração pagã, nos afastam de Deus. Não ore como oraram os profetas de Baal. Siga o ensino simples e claro de Cristo em Mt 6.5-13; atente para Is 42.1-2 e 8.

Não caia na armadilha de um "outro evangelho" antropocêntrico, humanista, oposto ao Evangelho, que é Cristocêntrico. Rejeite tudo o que não tem claro e explícito fundamento bíblico. Tenha uma fé sadia, doutrinariamente correta. "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” - 1Tm4.16.