quinta-feira, outubro 25, 2007

Prioridades do Ministério Pastoral

Aqui está um dos muitos assuntos difíceis de serem tratados, por falta de um livro ou capítulo da Bíblia que fale especificamente sobre o assunto..

Mas é à luz das Escrituras em geral, com base em muitos textos e fatos narrados, que poderemos ter sobre eles todos uma base clara e segura.

1) Temos o exemplo grandioso de Cristo. Para tornar-se o nosso Pastor - (Jo 10.11: “Eu sou o bom pastor... o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”), humilhou-se tornando-Se homem como nós (Fp 2.6-8: “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”). Identificou-Se conosco, como todo pastor precisa identificar-se com suas ovelhas.

Não temos que entender que o pastor se anula, pois todo o seu potencial vai estar a serviço do rebanho de Deus; mas em 1º lugar estará o Reino de Deus – do qual ele faz parte – e o Reino de Deus no mundo é a Igreja primeiramente. Entendemos, então, que o pastor e sua vida agora existem em função da Igreja. Por mais e maiores que sejam suas capacidades e habilidades, nunca se julga superior aos irmãos, mas igual a eles. Essa foi a atitude do apóstolo Paulo: “Sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos... fiz-me como judeu... para os que estão sem lei (os gentios), como se estivera sem lei” (como se fosse gentio), como fraco para os fracos... Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios ganhar alguns” (1Co 9.19-22)

2) Temos que nos lembrar que o pastor – normalmente – será casado e terá filhos, salvo raríssimas exceções. A família do pastor faz parte da Igreja e do seu próprio rebanho. Mas ele é o cabeça dessa família e responsável por ela – seu sustento e seu bem estar (1Tm 5.8).

Daí surgem, às vezes, algumas dificuldades. O salário que o pastor deve receber deverá ser suficiente para o sustento da família. Mas, que nível econômico deverá ser o da família do pastor? Não convém que seja acintosamente superior ao nível da média dos membros da Igreja. E se o pastor e sua família possuem bens e recursos próprios que lhes dão outras rendas, não convém que eles ostentem sua riqueza, pois ostentação é pecado, especialmente quando contrasta com as carências do próximo.

Convém sempre que o pastor e sua família sejam modestos no viver e no gastar, seja qual for o nível econômico da igreja local em que estejam. Pode ser que o pastor precise um dia, em função dos interesses do Reino de Deus, mudar-se para outra Igreja em que seu salário seja inferior ao anterior; e se ele e sua família se acostumaram a um tipo de vida liberal nos gastos, sentirão também a diferença e poderão ressentir-se de modo prejudicial. O “estilo de vida simples” é o que convém, de acordo com o ensino de 1Tm 6.8: “Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”. Humildade e simplicidade são prioridades.

3) Outro ponto a ponderar, é quando o pastor tem pretensões outras, além do ministério pastoral - por exemplo - quer fazer um outro curso superior que lhe dê mais cultura ou, quem sabe, um trabalho paralelo ao ministério.

Nesse caso, há algumas coisas a lembrar: a) Cristo ensinou que o obreiro de Sua seara, o pastor, deve viver do próprio trabalho no ministério - 1Co 9.14: “Assim ordenou o Senhor, aos que trabalham no Evangelho, que vivam do Evangelho”; b) Temos de perguntar: o obreiro está buscando um outro curso ou outra atividade remunerada, em função do próprio ministério? Em outras palavras, qual é a motivação que leva o pastor a buscar essa atividade? Se vai resultar em maior eficiência do trabalho pastoral, parece razoável. Se é porque a Igreja não tem condições de pagar ao pastor nem o mínimo necessário para o sustento da família, poderá ser até obrigação do chefe da família prover o que lhe falta. Além disso não é razoável gastar em outra atividade estranha ao ministério, o tempo e a energia que deveriam ser gastos no pastorado da Igreja. E mesmo quando o curso visado possa ser útil no ministério pastoral, se isso for onerar demasiadamente a Igreja, ou prejudicar o atendimento pastoral, não é razoável, nem exeqüível. É melhor cuidar da Igreja, até que ela se fortaleça e suporte mais encargos financeiros.

Outras prioridades poderão surgir, dependendo do tipo de igreja em que esteja o pastor. Poderá ser o trabalho de evangelização, ou o de melhor doutrinação dos irmãos para depois dedicarem-se mais à evangelização e ao discipulado. Poderá também colocar em ordem e melhorar as condições financeiras da Igreja para também aumentar e melhorar suas instalações e seus recursos pedagógicos. Mas em tudo o verdadeiro pastor, consciencioso, cuidará da Igreja – todos os irmãos –com sabedoria e desprendimento.

Planejar o trabalho, depois de fazer um diagnóstico das necessidades maiores da Igreja, é correto, porém buscando a direção de Deus. Os planos de Deus é que devem ser realizados.

E todo pastor deve lembrar-se: “O campo é o mundo”, disse Jesus – Mt 13.38.

É muito grande o privilégio que Deus nos concede pondo-nos no ministério. Recebamo-lo com humildade, dediquemo-nos a ele, sem reservas e com todo o amor.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Línguas Estranhas - 3/3

7a. - A insistência em “falar” em línguas estranhas” se dá também

em alguns grupos de diferentes religiões não-cristãs.

Espíritas e mórmons o fazem, numa evidência de que eles não falam movidos pelo Espírito Santo; e que aquilo que se deu no dia de Pentecostes não foi um fenômeno que deveria continuar se repetindo na Igreja através dos séculos. Causas psicológicas ou psíquicas, e também imitação e fraude explicam o falso dom de línguas estranhas observado hoje. De alguns anos para cá em algumas igrejas pentecostais e neo-pentecostais ensina-se uma técnica para uma pessoa conseguir falar “língua estranha”!

Em algumas ocasiões tem acontecido que alguém fala uma “língua estranha” e outra pessoa “interpreta” a primeira. Infelizmente, sem dúvida, é outro caso de fraude.

Em 1Co 12.30 há nova referência a dons espirituais, entre eles “línguas”; Paulo pergunta ali “falam todos línguas?” Quando em 1Co 13 Paulo levanta uma hipótese: “ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos...”, Paulo não está afirmando que há diferentes “línguas dos anjos”; todos nós sabemos que existem diferentes línguas (idiomas) de homens, de diferentes nações e de diferentes culturas. Será possível que alguém acredite e afirme que existem diferentes nações e diferentes culturas de anjos? É importante observar isto, porque os que acreditam em “línguas estranhas” dizem que essas línguas são as línguas dos anjos! É uma suposição absurda, sem nenhuma base racional e bíblica. Por que motivos haveria diferentes línguas dos anjos?

Existem aqueles que entendem que essas “línguas” eram um balbuciar incompreensível que aconteceu nessas ocasiões, quando cristãos “em êxtase místico” emitiam sons diversos incompreensíveis. Daí, então, a necessidade de haver “intérprete” nas reuniões em que o fenômeno ocorria, para explicar aos visitantes o que estava acontecendo. Não creio que seja essa a explicação, pois em 1Co 12.7 Paulo diz que “a manifestação do Espírito Santo é dada a cada um para o que for útil”. Qual seria a utilidade de alguma língua que ninguém entendesse?

Além disso, os dons do Espírito Santo eram e são dados não para satisfação própria dos que os recebem, mas para edificação da Igreja e de outras pessoas alcançadas pela pregação do Evangelho.

Paulo encerra seu ensino em 1Co 14.40 com uma determinação muito enfática: “faça-se tudo com decência e ordem”.

O culto deve sempre ser respeitoso, solene, espiritual e racional, inteligível para proveito de todos os presentes, para agradar a Deus e não só aos próprios adoradores.

Concluindo: o dom de línguas foi um fenômeno, um milagre que se deu no dia de Pentecostes para que representantes de cerca de 15 nações ouvissem o Evangelho; em parte repetiu-se em Éfeso – At 19.1-6, e em casa de Cornélio – At 10.45-46. Em cada um desses eventos fica claro o motivo de Deus: em casa de Cornélio, os apóstolos e os crentes em geral compreenderam que o Evangelho, o Espírito Santo e todas as demais bênçãos decorrentes não eram exclusivas para os judeus convertidos, mas também para os gentios; no caso dos discípulos de João Batista, foram eles dessa forma recebidos na Igreja, sem formarem uma seita paralela à Igreja de Cristo, assim como, em Atos 8, Deus mostrou que o Evangelho era também para os samaritanos. Nesta ocasião, porém, não se diz que eles falaram “línguas”.

É preciso entender que a vida cristã, a começar pela comunhão com Deus e com o culto público, é uma vida realmente normal, de acordo com a Lei de Deus, sem necessidade de fatos espetaculares; é como as águas de um rio que correm tranqüilas, e não só em corredeiras e cachoeiras. Deus fala diariamente a cada um de nós, constantemente e não só esporadicamente, quando mantemos comunhão constante com Ele. É o “orar sem cessar” a que Paulo nos exorta em 1Ts 5.17. Fatos excepcionalmente importantes também acontecem em nossa vida cristã em determinadas ocasiões, mas ela é constantemente rica e emocionante. Há um equilíbrio entre a razão, os sentimentos e as emoções.

É bom que oremos e mantenhamos comunhão constante com Deus para termos uma vida abundante como a que Cristo quer dar a todos nós que O seguimos. “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10).

quinta-feira, outubro 11, 2007

Línguas Estranhas - 2/3

2a. - Quando Paulo nos instrui no capítulo 14 da Carta aos Coríntios,
estende-se na instrução a respeito das “línguas” ou idiomas,
comparando esse dom com o de “profetizar”.

Nos versículos 2 a 6 e 13, na tradução de Almeida “revista e corrigida”, os revisores acrescentaram a palavra “estranha”, com o sentido de estrangeira, ou diferente do idioma de quem estava pregando. Como já foi dito, sabemos que essa palavra foi acrescentada porque ela não existe no texto em grego. Infelizmente, quando surgiu o movimento pentecostal no início do século XX, os pentecostais entenderam como até hoje que no dia de Pentecostes os cristãos falaram, realmente, “línguas estranhas” e não “línguas estrangeiras” ou “outras línguas”.
Por isso mesmo, em se tratando das Escrituras, convém que elas sejam traduzidas o mais possível literalmente, sem o acréscimo de outras palavras para tentar esclarecer o texto. Às vezes os acréscimos causam distorções, como neste caso.

3o. - Outra razão porque não aceitamos as “línguas estranhas”
é o que o apóstolo Paulo diz.

A respeito, o mesmo 1Co 14 no versículos 18 e 19, diz: “... falo mais línguas do que vós todos. Todavia quero falar na igreja 5 palavras na minha própria inteligência do que 10.000 em língua desconhecida”. Os pentecostais entendem que Paulo falava mais “línguas estranhas” do que os irmãos em geral. Mas baseados em quê? Nós sabemos que Paulo era homem culto e provavelmente um poliglota, sabendo não só o hebraico e o aramaico, mas também o grego e o latim, como também o árabe. O grego por ser um idioma, na época, universal e o latim por ser o idioma dos romanos que então dominavam o mundo conhecido; o árabe porque ele esteve na Arábia por algum tempo (Gl 1.17). É a esse fato que ele se refere.

4o. - Ainda em 1Co 14.1-17, Paulo dá ênfase ao “dom de profecia”,
que é o de transmitir a outros o ensino das Escrituras, cuja essência é o Evangelho.

Para ele, profetizar é edificar a Igreja (v.4), enquanto quem fala uma língua estranha que não é entendida, só se edifica a si mesmo, como toda pessoa que prega é edificada no seu próprio trabalho de evangelista. No versículo 2 Paulo diz que essa mesma pessoa não é entendida e nada comunica aos homens; “fala a Deus”; por que? – porque Deus entende todos os idiomas dos seres humanos, entende até o nossos pensamentos! “Fala de mistério” porque ninguém o entende, senão Deus. Em Rm 12.7, Paulo ensina que o Espírito Santo concede dons “para o que for útil”; línguas que não são entendidas são inúteis, não são dons dados pelo Espírito Santo.
Veja o versículo 9: “Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis falando ao ar”. Paulo está dizendo que falar o que não se entende para nada serve. Ao mesmo tempo, e com a mesma preocupação com a edificação da Igreja, Paulo diz: “que a Igreja receba edificação” (v. 5);“...para edificação da Igreja” (v.12). “Faça-se tudo para edificação” (v.26).

5a. - Por tudo isso Paulo ensina ou ordena enfaticamente.

Nos vs. 27 e 28: “E se alguém falar língua... haja intérprete. Mas se não houver intérprete, esteja calado na Igreja, e fale consigo mesmo e com Deus”. Intérprete, “diermeneuetês”, em grego, é aquele que interpreta ou dá interpretação, explica. Contudo, Paulo recomenda no v. 39 “não proibais falar em línguas”, sem esquecer a recomendação do v. 27: “haja intérprete”.
Tenho para mim que sendo Corinto uma cidade cosmopolita, porto de mar, habitada por pessoas de muitas nações diferentes, haveria muitas ocasiões em que iriam à Igreja cristãos que não falavam a língua grega, de Corinto, mas queriam dar à Igreja uma mensagem em seu próprio idioma; essa oportunidade deveria ser dada, “contanto que haja intérprete”.

6a. - Uma sexta razão: o culto cristão é racional, inteligente (Rm 12.1).

Sem deixar de ser rico de santas emoções. Por isso Paulo dá ênfase ao “entendimento” – 1Co 14.l5-16 e 20. O gosto por “línguas”, seja o que for que elas sejam, é completamente desprestigiado por Paulo: “de sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis”. O v. 23 é até contundente: “Se, pois, toda a Igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão que estais loucos?
Outra ocasião em que houve o fenômeno de “línguas” é relatada em At 19.6, quando discípulos de João Batista foram evangelizados por Paulo; “veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam línguas e profetizavam”. Com esse sinal Deus unia à Igreja os “discípulos de João Batista”, repetindo-se em parte o que acontecera no dia de Pentecostes: “falavam línguas e profetizavam”. Como no dia de Pentecostes, eram outros idiomas e não línguas incompreensíveis.

(na próxima semana, a terceira e última parte deste estudo)

quinta-feira, outubro 04, 2007

Línguas Estranhas - 1/3

"Entende-se por “línguas estranhas” nos meios pentecostais e carismáticos, o falar palavras e sons que ninguém entende. Pensam os pentecostais e os carismáticos que elas são um dom do Espírito Santo, e que as tais línguas podem ser interpretadas.

São diversas as razões por que não cremos em sua existência como um dom do Espírito Santo, nem cremos que elas possam ser interpretadas.


1a. – No dia de Pentecostes ninguém falou em “língua estranha”.


Leiamos a narrativa de Atos 2.1-13 nas várias traduções e edições hoje existentes, pelo menos nas mais comuns; leiamos também como está no texto original em grego:

a) At. 2.4 – a expressão “etérais glôssais” no Grego significa “em outras línguas”; assim é traduzida na “edição revista e corrigida” de Almeida, de 1938; também na “edição revista e atualizada” de 1969 da SBB; também na “edição revista e corrigida” da Editora Vida de 1984; na “edição revista e revisada” da Sociedade Bíblica Trinitariana; também na edição da Editora Ave Maria (católica), de 1959; também na “revista e atualizada” da Editora Vida Nova, de 1976. A tradução católica do padre Matos Soares, de Edições Paulinas, usa a expressão “várias línguas”. A “Bíblia de Jerusalém”, católica, também traduz “outras línguas”. A mais recente tradução dos originais, a Bíblia NVI, de 1993, grafa “noutras línguas”. Só na edição “Tradução na Linguagem de Hoje” (a menos confiável de todas), de 1988, encontramos “línguas estranhas”. Convém observar que a palavra grega “eteros” significa “outro”,”semelhante”, “diferente”, e não “estranha”.

b) 1Co 14.2 – Na mesma ordem acima: Almeida, edição revista e corrigida registra “estranha” em tipo itálico depois de “língua”; o tipo itálico é usado aqui e em outros textos e edições para indicar que tal palavra foi acrescentada, não consta do texto em grego; a edição revista e atualizada registra “em outra língua”; a revista e corrigida da Ed. Vida também usa “língua estranha” em itálico; a corrigida e revisada da Trinitariana usa “língua desconhecida em itálico; a de Matos Soares (católica) usa “uma língua desconhecida”; a da Edit. Ave Maria (católica) diz “em outras línguas”; a de Almeida revista e atualizada, da Ed. Vida Nova também usa “em outras língua”. Novamente só a “Tradução na Linguagem de Hoje” (a menos confiável) diz “línguas estranhas” nos dois textos. A “Bíblia de Estudo de Genebra” diz “outras línguas” nos 2 textos. A “Bíblia de Jerusalém” traduz corretamente, apenas “línguas”. A NVI usa “uma língua”.

Há, assim, nas edições mais confiáveis uma unanimidade em reconhecer que a palavra “estranha”, quando aparece, significa outro idioma, e que no original grego não existe a palavra “estranha”.

Repetindo: no texto original em grego, em At.2.4 “etérais glôssais” é traduzido correta e literalmente por “outras línguas”, e em 1Co 14.2, “ho lalôn glôsse” que significa “o que fala língua”, em ambos não existe a palavra que se traduziria por “estranha” ou “estrangeira”, nem “outra”. A palavra “estranha” foi acrescentada inicialmente na “edição revista e corrigida” de Almeida, e depois outras edições fizeram o mesmo, ou acrescentaram “outra” ou “estrangeira” ou “desconhecida”, com o mesmo objetivo de esclarecer o texto que literalmente seria apenas “falar língua”.

A palavra “estranha”, acrescentada, deu margem para que alguns leitores tivessem o entendimento que os pentecostais e carismáticos têm até hoje: línguas incompreensíveis dadas pelo Espírito Santo!

Porém, mais abaixo, no versículo 6, o texto em grego e em português, diz “cada um os ouvia falar na sua própria língua” ou idioma, o que é confirmado no verso 8. Por que eles “ouviam em seus idiomas”? Porque os cristãos “começaram a falar” nesses idiomas ou dialetos. Provavelmente formaram-se diferentes grupos junto aos cristãos conforme as línguas que estes falavam. O mesmo texto bíblico conta quais eram esses grupos e línguas: “Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, Ponto e Ásia, e Frigia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Sirene, forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.9). São representantes de 15 lugares diferentes ou de 15 diferentes idiomas e dialetos, além do próprio hebraico ou aramaico falados pelos judeus.

Houve nesse dia o milagre de cristãos falarem em idiomas que eles não conheciam, o que se repetiu em outras ocasiões, que citaremos mais adiante.

Ninguém falou em língua incompreensível. Imaginar que os cristãos falaram em aramaico e os estrangeiros ouviram em outras línguas, é descabido.

(Continua na próxima semana)